Eleições | 17/09/2010 17h05min
Você já percebeu que as imagens dos programas eleitorais tem melhor definição ou interagiu com o candidato para sugerir uma proposta para o plano de governo? Se a resposta foi positiva, saiba que são consequências do uso da tecnologia que entrou para valer nas campanhas ao governo do Estado.
O candidato ao Senado, Luiz Henrique da Silveira, é o mais novo adepto da tecnologia do século 21. Há duas semanas foi presenteado com um iPad, o mais novo símbolo da era digital, que o fez dispensar a leitura de documentos impressos. Agora, ao simples toque da ponta dos dedos, Luiz Henrique acessa numa tela informações como agenda, vídeos da campanha, blogs políticos e jornais para ganhar agilidade nos compromissos. Só recorre ao smartphone quando está em locais isolados no interior do Estado, onde o sinal de telefonia é mais eficiente que o da internet.
Mas os candidatos ao governo do Estado também estão antenados com as novas ferramentas do mundo virtual e usam os smartphones para comentar apoios, informar a agenda aos seguidores pelo twitter ou facebook, e responder e-mails. A candidata Angela Amin (PP) já usava o microblog antes da eleição, mas aderiu à rede social especialmente para a eleição e conseguiu atingir mais do que a geração net, formada por eleitores entre 18 a 27 anos.
— No site, com os vídeos, tentamos compensar o que não é falado no programa de televisão devido ao tempo. No twitter, ela recebe muitas mensagens dos eleitores e, no facebook, há um feedback maior, para montar o plano de governo — relata a responsável pela comunicação eletrônica, Maria Heinzen Amin Helou.
Essa também é uma das preocupações do candidato Raimundo Colombo (DEM). Adepto do twitter, usa um Blackberry para responder às perguntas dos seguidores e procura fazer isso em ocasiões propícias, quando está em deslocamento para algum compromisso.
— Ele é muito preocupado em usar a tecnologia a serviço do eleitor, atendendo aos questionamentos — relata o assessor Chico Alves.
Os sites foram a novidade das últimas eleições, mas em 2010 ganharam a versão mais moderna, com característica multimídia, onde textos, áudios e vídeos estão incluídos na mesma página, com links para compartilhamento nas redes sociais e a chance de interagir com os eleitores e militantes, através de blogs.
Imagem como de cinema
A coqueluche eletrônica da produção dos programas eleitorais gratuitos são as câmeras fotográficas que também filmam e conseguem captar imagens com alta definição. Responsáveis por imagens mais realistas, com qualidade de cinema, substituíram as pesadas câmeras Betacam e oferecem mais agilidade na produção, com arquivos digitais e recursos técnicos na edição.
A televisão ainda é o principal veículo das campanhas. Ao usar tanta tecnologia, as produtoras obedecem a relação custo/benefício para transmitir uma imagem menos superficial dos candidatos.
O diretor de fotografia do programa eleitoral de Ideli Salvatti (PT), Roberto Santos Filho, explica que tanta evolução não quer dizer facilidade para produção. Ele ainda usa o mesmo número de pessoas na equipe (oito), independente do equipamento, e às vezes, tem mais trabalho devido a necessidade de recursos técnicos.
— Se fica barato de um lado, encarece do outro. Quando se melhora a qualidade da imagem, é preciso fazer um acabamento ainda melhor, então continuamos com muito trabalho na edição —compara.
O diretor de fotografia Edison Fattori concorda e afirma que a melhor definição de imagem obriga as produtoras a caprichar no figurino, na maquiagem e no cenário.
— O atual formato digital tem uma capacidade de definição três vezes superior a linguagem analógica, como era antes. Além disso, essa câmera me permite filmar com o foco no limite, com menos iluminação e a possibilidade de desfocar o fundo para ressaltar o que temos em primeiro plano (o candidato) — explica.
De acordo com o diretor de fotografia do programa do candidato Raimundo Colombo, Fábio Fernandes, o processo fica mais ágil, mas possui uma contradição:
— A transmissão do programa em Santa Catarina ainda é feita de forma analógica, então ainda perdemos um pouco da qualidade que foi produzida por essa tecnologia.
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