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Política  | 05/09/2010 16h14min

Violação de sigilo é "banalização do dolo", diz Marina

Marina Silva condenou episódio sobre o vazamento de sigilos fiscais de 140 pessoas

A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, condenou mais uma vez o episódio sobre o vazamento de sigilos fiscais de 140 pessoas e criticou o que chamou de "descontrole" na Receita Federal.

— É isso que dá quando não se tem transparência, se banaliza o dolo — disse a candidata em evento de campanha em Rio Branco, no Acre. Marina manifestou seu desconforto sobre a revelação de que o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, teve seus dados acessados 10 vezes, e disse que os brasileiros estão vulneráveis.

— Antes de ficar com uma preocupação individual, tenho a preocupação institucional como senadora, como candidata e cidadã, de que se investigue e que possa se punir os culpados, que se assumam responsabilidades com esse descontrole na gestão pública. Aos poucos se está descobrindo que existe muito 'pé de barro' na gestão pública — afirmou.

Marina avaliou que a situação é uma repetição ampliada do episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo da Costa, que culminou com a queda do ministro da Fazenda Antonio Palocci.

— Se fosse em qualquer outro país, na Europa ou nos Estados Unidos, o ministro (Guido Mantega) já estaria dando explicações ao Congresso. Lamentavelmente aqui está sendo tratado como brincadeira — disse, ao citar o discurso de Mantega sobre o episódio.

Na opinião da candidata, o vazamento do sigilo fiscal é um sintoma da falta de transparência e descontrole da gestão pública, embora tenha evitado generalizar a questão.

— Aos poucos, a falta de transparência e a falta de profissionalização do Estado vai se revelando no grande 'pé de barro' daqueles que pensam que é apenas o poder pelo poder — enfatizou.

Apesar do episódio, Marina disse que manterá sua campanha no nível da discussão de propostas e que não fará "acusações levianas".

— Eu quero ganhar as eleições com as instituições. Para que as instituições funcionem, é fundamental o respeito à lei, o respeito ao cidadão e que a gestão pública não fique banalizada pelos erros cometidos que vêm se repetindo .

Setembro livre No segundo dia de visita à sua terra natal, Marina participou da comemoração do "Dia da Amazônia" com crianças, lideranças do PV local e sua família. O evento aconteceu nas imediações do Parque Chico e contou com a presença de Ilzamar Mendes, viúva do líder seringueiro morto em 1988, de seus filhos Elenira e Sandino, e da neta Maria Luíza. A menos de um mês das eleições, Marina lançou seu "setembro livre", para incentivar os eleitores a votar em quem acreditam.

— Esse é o setembro livre para que as pessoas possam votar em quem acreditam, livre da incompetência, livre da incoerência, livre das queimadas e do modelo predatório na Amazônia — completou.

Marina destacou que o Plano Amazônia Sustentável, projeto de combate ao desmatamento, já conseguiu reduzir a destruição da floresta, mas precisaria de um investimento contínuo de R$ 34 bilhões adicionais por 10 anos para acabar com as queimadas e o cultivo ilegal na região.

Durante o evento, Marina recebeu o apoio da família de Chico Mendes, que a considera como a única herdeira do legado do líder seringueiro.

— Fico imaginando o quanto ele (Chico) estaria feliz vendo você enfrentando os poderosos que impedem você de divulgar sua mensagem — disse Elenira Mendes, apoiadora da campanha de Marina e filiada ao PV.

Agência Estado
 

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