| 10/08/2010 09h27min
A Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) travam uma guerra de bastidores em relação à participação da indústria nacional na exploração das reservas de petróleo que serão repassadas pela União à estatal. A empresa, principal instrumento do governo na política de fortalecimento da indústria nacional de fornecedores, está pressionando pela redução de 65% para 35% na média de contratação local de equipamentos, segundo fontes do setor.
O argumento, segundo essas fontes, é de que a Petrobras precisa fazer caixa rápido para levar adiante os investimentos no pré-sal.
— Isso é inadmissível. Toda a questão central do governo Lula está fundamentada nesse aumento do porcentual do conteúdo nacional. Como é que agora isso mudaria dessa maneira? — criticou o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima.
Segundo ele, a Petrobras pode até apresentar sua reivindicação, mas a ANP estaria disposta a negociar apenas em parte. O pedido de redução da participação local - ainda não formalizado, mas já discutido em reuniões com técnicos da ANP. A média da contratação de conteúdo local para as áreas leiloadas pela ANP está na casa dos 65%.
Desde 2003, primeiro ano do governo Lula, a legislação prevê que as concessionárias contratem no Brasil um mínimo de 37% na fase exploratória (etapa de pesquisas e perfurações de sondagem) de áreas localizadas em águas profundas.
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