Modelo, atriz, capa de revistas, filha do ministro da Fazenda. E alvo de um suposto dossiê de petistas contra membros do seu próprio partido. Figura constante no meio artístico e de celebridades, Marina Mantega, 29 anos, está agora no centro de suspeitas de ter praticado tráfico de influência junto ao Banco do Brasil.

Duas cartas anônimas – cujo autor não foi identificado –, supostamente escritas por integrantes do PT, acusam a filha do ministro de ter se reunido com o vice-presidente de Cartões do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli. A pauta dos encontros incluiria ajuda ao namorado de Marina, Ricardo Staub, sócio da Gradiente.

O objetivo seria que o banco renegociasse a dívida da empresa – o que não se confirmou, pois o banco continua processando a empresa para receber a dívida. Marina negou ter se encontrado com Caffarelli – mas o próprio vice-presidente admitiu ter recebido a filha do ministro Guido Mantega por três vezes. Ele nega, porém, ter atendido qualquer pedido.

Marina intermedeia negócios no Oriente Médio

As duas cartas anônimas foram enviadas a jornalistas com o objetivo de atingir Caffarelli, candidato de Mantega e do presidente do BB, Ademir Bendini, para suceder Sérgio Rosa na presidência da Previ, fundo de pensão dos funcionários do banco com patrimônio de cerca de R$ 150 bilhões.

Trecho de uma das cartas diz que “Caffarelli não é petista, mas um oportunista que há anos vem construindo uma rede de amizades de conveniência”.

Conforme o jornal O Globo, a filha de Mantega mudou seu ramo de atuação. Ela não explicou exatamente o que faz, mas se apresenta como representante do grupo bilionário Al Ahli Group, dos Emirados Árabes – uma holding com empresas que vão do setor da construção civil e hotelaria até parcerias com empresas de entretenimento.