Os municípios do Vale do Itajaí somam quase um quarto do eleitorado catarinense que vai às urnas no dia 3 de outubro. É o maior contingente de eleitores entre as regiões do Estado, superando o Norte, onde está Joinville, e a Grande Florianópolis. São mais de um milhão de eleitores (exatos 23,25 % do eleitorado de Santa Catarina). Porém, esse peso numérico não vem se refletindo nas urnas.

Nenhum dos integrantes das principais chapas que concorrem ao governo e ao Senado tem base política do Vale do Itajaí. A região só emplacou candidatos a suplente de senador. O vácuo político tem explicações diversas. Ex-prefeito de Blumenau, Victor Fernando Sasse (PSDB), diz que o Vale vive uma crise de lideranças, problema que afeta tanto a indicação de candidatos para a majoritária quanto a representação na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. Para Sasse, deveria haver um acompanhamento da formação de políticos com perfil e identificação regional.

- Cada região do Estado tem um político destaque, nós não investimos em ninguém e acabamos sendo engolidos por lideranças de outras regiões. Temos que consolidar gente nova disposta a investir na política com responsabilidade - afirma Sasse.

Eleição proporcional

Na escolha dos deputados estaduais e federais, as estatísticas comprovam que, historicamente, os eleitores daqui votam em candidatos de outras regiões. Com os atuais 1,05 milhão de eleitores, o Vale do Itajaí teria condições de eleger 12 deputados estaduais e cinco federais. Hoje, são oito estaduais e quatro federais.

- Tradicionalmente, o eleitorado daqui vota buscando atender interesses pessoais e não coletivos da região - critica o ex-deputado federal Paulo Gouvêa (DEM), um dos coordenadores da campanha de Vilson Kleinübing ao governo, na década de 1990.

Enquanto não ocorre uma reforma política, que valorize o voto regional, Gouvêa sugere que os partidos lancem poucos candidatos, com mais qualificação, e uma campanha para motivar as pessoas a apoiar candidatos do Vale.