Desde a primeira eleição em que votou, em 2006, o estudante Hermano Maciel, 21 anos, teve vontade de trabalhar como mesário. Na época, ele ainda não sabia da possibilidade de se tornar voluntário.

Em 2008, quando transferiu seu título do Rio Grande do Sul para Santa Catarina, foi convidado no Cartório Eleitoral e, em outubro deste ano, ele será voluntário pela primeira vez.

— As eleições são muito importantes porque a gente vai decidir quem vai comandar o país. Trabalhar como mesário é uma maneira de colaborar com a nação — afirma Maciel.

O servidor público Henrique de Oliveira, 49 anos, tem o mesmo sentimento. Na primeira vez que trabalhou como mesário, na década de 1980, ele foi convocado e não gostou da ideia. Depois da experiência, decidiu ser voluntário e, desde então, já participou de 13 eleições.

— Vejo que há dificuldade de conseguir pessoas para esse trabalho, então sempre sou voluntário — afirma o servidor.

Maciel e Oliveira estão na lista das 3.208 pessoas que, até esta quinta-feira, ofereceram-se para trabalhar em Santa Catarina, de acordo com dados da Corregedoria Eleitoral.

Além de contar com a ajuda dos voluntários, os Cartórios Eleitorais convocam, pelos Correios ou por um oficial de Justiça, a quantidade de eleitores que faltam para completar o total de 56 mil mesários necessários para as eleições.

No dia da votação, os mesários receberão dois vales-alimentação. A legislação também garante o direito a dois dias de folga em seu emprego.

Quem for convocado para ser mesário e não comparecer fica sujeito a multa e não recebe a certidão de quitação da Justiça Eleitoral (documento necessário, por exemplo, para fazer o passaporte).

Ao receber uma convocação, o eleitor tem cinco dias para pedir dispensa, e suas justificativas serão analisadas por juiz eleitoral. Os chamados podem ser feitos até a véspera da votação.