Eleições | 29/07/2010 19h25min
A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse hoje que o PT é vitima do fisiologismo do PMDB e que o PSDB tem o mesmo problema com o DEM. Marina afirmou que essas legendas têm de "conversar mais" e pensar no Brasil, não em composições. Quanto à sua candidatura, destacou que procurou fazer uma aliança modesta, mas programática e coerente, com a qual pretende chegar ao Palácio do Planalto.
— Não estamos com as alianças tradicionais, aqueles velhos cacique políticos, que quando sobem no palanque, já somam 500 anos de política velha; pessoas que, se a gente for ver os seus discursos de cinco ou dez anos atrás, era inimaginável que um dia estivessem juntos — disse, ao desembarcar em Bauru, no interior de São Paulo.
A candidata afirmou que pretende chegar ao governo como uma opção do povo, a exemplo de quando se elegeu para o Senado, no Acre. Na época, segundo disse, ela concorreu tendo apenas 3% nas pesquisas e uma perua da marca Brasília, contra dois fortes adversários que pontuavam alto e tinham jornal, rádio e televisão "para falar bem deles e mal de mim".
Disse que tanto naquela época quanto agora, as grandes coligações "colocaram o eleitor no anonimato", ao decidirem quem seria o candidato de oposição e o de situação.
— Alguns nem querem ir a debates e só esperam o voto do povo no dia 3 de outubro — criticou.
Numa entrevista para a TV local, Marina falou da questão dos gays. Afirmou que, por convicção espiritual, entende que casamento é um sacramento para homem e mulher e, assim, é contrária ao casamento homossexual, mas defende o direito à herança e ao plano de saúde compartilhado, e os respeita como a qualquer ser cidadão ou humano.
— Eu sempre vou dizer com toda transparência quais são as minhas posições. Acho que é um desrespeito à comunidade gay aqueles que, num fórum com eles, levantam suas bandeiras, dizem que são favoráveis e, num outro fórum, com religiosos, mudam de posição, dizendo que agora são contra — concluiu, lembrando que sempre fez campanhas para candidatos que apoiam a causa dos gays, como Marta Suplicy em São Paulo e Fernando Gabeira, no Rio.
Marina teve reuniões com pastores evangélicos de toda a região, percorreu veículos de comunicação de Bauru, visitou o Hospital de Recuperação de Lesões Lábio Palatais da Universidade de São Paulo (USP), também conhecido como Centrinho, e inaugurou a Casa de Marina. Ela esteve acompanhada pelos candidatos a vice-governador de São Paulo, Rogério Menezes, e ao Senado, Ricardo Young. Em todas as entrevistas, a candidata poupou o presidente Lula e, numa delas, encerrou dizendo que "agora que o povo perdeu o medo de votar em 'Silva', pode continuar votando em 'Silva', mas em Marina".
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