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Eleições  | 26/07/2010 11h49min

Candidatos a deputado em Santa Catarina têm estratégias para diminuir gastos com campanha

Estima-se que os maiores investimentos, no Estado, cheguem a R$ 1 milhão

NATÁLIA VIANA  |  natalia.viana@diario.com.br

Eles calculam tudo, na ponta do lápis, e montam suas linhas de atuação também pensando nos dígitos a mais no final da disputa para a Assembleia Legislativa ou para a Câmara Federal. Estima-se que as campanhas mais caras a deputado, em Santa Catarina, custem cerca de R$ 1 milhão. Mas é o foco e o raio de abrangência da campanha que vão pesar no custo total da candidatura ao final da disputa. Por isso, os candidatos têm algumas estratégias.

Eleger um deputado pode bem custar caro. Na ponta do lápis, é preciso calcular os gastos com material (santinhos, placas, adesivos, jornais), combustível, pessoal, telefone, aluguel etc. Se não tiver muito dinheiro, terá que ter estratégias eficientes para colocar uma campanha mais barata na rua.

Para o deputado federal Nelson Goetten (PR), as eleições, hoje, vendem uma ilusão. Segundo ele, a remuneração paga a um parlamentar não paga o que é gasto em uma campanha. Desta forma, ou o candidato tem por trás uma corporação, seja empresarial, de classe, cooperativa ou sindical, ou tem que ser caixa alta.

— A campanha virou uma coisa cinematográfica, caríssima. Para se eleger um deputado federal é preciso fazer uma campanha estadualizada e fornecer material para o Estado inteiro. É uma coisa insana. O que justifica gastar R$ 1 milhão, sendo que dificilmente se vá captar cifras próximas a isso, enquanto o faturamento líquido por ano de um deputado federal chega a R$ 120 mil, descontados imposto de renda, previdência e contribuição para o partido — destaca, ao justificar porque desistiu de concorrer à reeleição.

Na avaliação do deputado, esta realidade torna as eleições cada vez mais elitizadas, dificultando que um cidadão comum consiga se eleger. Para Goetten, a saída é uma reforma que inclua o voto distrital e o financiamento público da campanha.

— Assim, garantimos que as campanhas sejam iguais. Campanha na rua, carros de som, bandeiraço, placas no Estado inteiro é para quem tem grana — afirma.

Questão pessoal

O coordenador de campanha do DEM, deputado estadual Antônio Ceron, concorda que uma campanha pode custar caro, mas pondera que isso é uma questão pessoal, que varia muito de caso para caso. Ele estima que eleger um deputado estadual, com uma estratégia de cobertura regional, custe, pelo menos, R$ 300 mil.

Ceron exemplifica que se o candidato tem como base 20 cidades, precisa produzir material para cobrir todo este território, contratar cabos eleitorais e gastar para percorrer a região. Mas ele lembra que aqueles que contam com uma corporação (de funcionários, classista, religiosa ou empresarial), ou aqueles que tentam a reeleição saem na frente, porque já contam com um nicho eleitoral definido.

— Candidato novo se não tiver um pouco de bala na agulha ou uma corporação, é uma mega-sena se eleger — avalia.

Confira algumas estratégias para as eleições proporcionais:

Narcizo Parisotto (PTB) e os evangélicos

Amauri Soares (PDT) e a campanha casada

Marcos Vieira (PSDB) e a BR-282

Mauro Mariani (PMDB) e as dobradinhas

Acélio Casagrande (PMDB) e a mudança de planos

Pedro Uczai (PT) e a estadualização

João Aurélio Valente Júnior (PP) e as regiões

 

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