| 20/07/2010 03h09min
Está armado o ringue no PDT gaúcho. De um lado, o ex-governador Alceu Collares, 83 anos, o mais antigo líder do trabalhismo no Estado. Do outro, quase uma dezena de dirigentes do partido, defendendo a expulsão do político cujo nome virou sinônimo da sigla.
O presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Jr., enviará esta semana uma correspondência à executiva nacional da legenda. Trata-se de um pedido para que o conselho de ética analise o caso do ex-governador e, depois, estabeleça uma punição. Collares vem irritando seus dirigentes ao fazer campanha para Tarso Genro (PT), principal adversário do candidato apoiado pelo PDT na corrida ao Piratini: José Fogaça (PMDB).
Em votação ontem à tarde, membros da executiva estadual do partido decidiram, por nove votos a dois, abrir representação contra Collares no conselho de ética. A maioria dos presentes – incluindo Bolzan – queria a expulsão do ex-governador, que revelou-se o dissidente mais enérgico desta eleição.
– O sentimento majoritário é este, que ele seja expulso. Só não pedimos (a expulsão) porque estaríamos julgando, e quem julga é o conselho de ética– disse o tesoureiro do PDT, Nereu D’Avila.
Collares rebateu com ironia:
–Quem é Nereu? Não sei quem é Nereu. Ele é do PDT?
O ex-governador afirma que pedirá à executiva nacional que aceite a representação dos dirigentes. Segundo ele, será a oportunidade de “provar que houve uma traição contra o próprio partido”. Collares lembra que o PMDB de Fogaça havia se comprometido em apoiar a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência – uma exigência do PDT. Mas, até aqui, o PMDB gaúcho adota o discurso da neutralidade na disputa presidencial.
Baseado nisso, Collares aproveitará seu depoimento no conselho de ética para exigir intervenção no diretório estadual do PDT. Ele quer a destituição dos dirigentes, por desrespeito às diretrizes nacionais. O ex-governador ainda contestou o motivo por que os colegas, em vez de o julgarem no conselho estadual, o encaminharem para o âmbito nacional – definiu como “uma prova do medo”.
Bolzan afirmou que o motivo é simples: porque Collares é vice-presidente do PDT na Região Sul, um cargo majoritário. Outro líder reconheceu que, de fato, seria constrangedor julgar o ex-governador aqui.
– Collares não fala mais como militante do partido. Não respeitamos nenhuma posição dele dentro do PDT. Não vamos lamentar se ele sair – afirma Bolzan.
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