Nenhum representante de Blumenau vai disputar a eleição majoritária de 3 de outubro. O cenário se repete há 20 anos, transformando a cidade em coadjuvante nas decisões políticas de Santa Catarina, mesmo sendo o terceiro maior colégio eleitoral do Estado, com 222,5 mil votantes. As poucas exceções das últimas duas décadas tinham expressão limitada, o que se refletiu nas urnas. Segundo partidos políticos e lideranças empresariais, é preciso começar a desenvolver novas lideranças desde já.

O último político representante de Blumenau eleito para um cargo majoritário foi o ex-prefeito Vilson Kleinübing (PFL, atual DEM). Em 1990, venceu as eleições para o governo do Estado. Quatro anos mais tarde, foi eleito senador. Depois disso, Stênio Vieira, do PV (1998), e Luiz Carlos Nemetz, do PT (2002), concorreram a vice-governador, mas em chapas que nem sequer atingiram o segundo turno.

Em 2010, até cogitou-se a indicação do presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário (Sintex) Ulrich Kuhn, como vice na chapa ao governo liderada pela senadora Ideli Salvatti (PT), mas o nome escolhido pelo PR foi o empresário de Jaraguá do Sul Guido Bretzke. Restou a Blumenau se contentar em disputar a suplência de candidatos ao Senado, com Dalírio Beber (PSDB) e Odair Andreani (PT).

Prejuízo

O presidente da Associação Empresarial de Blumenau, Ronaldo Baumgarten Junior, afirma que a dificuldade de Blumenau protagonizar eleições nos últimos anos prejudica o desenvolvimento do município. Ele avalia que a cidade não sabe se renovar e insiste em nomes antigos. Ele atribui o problema não apenas aos partidos políticos, mas à sociedade em geral:

— Nos próximos anos, precisamos trabalhar fortemente esse tema. Estamos em segundo plano para o governo do Estado.