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Eleições  | 14/07/2010 00h30min

Suplentes ao Senado tiveram alto valor na negociação de alianças em Santa Catarina

Em alguns casos, quem estava na suplência acabou assumindo o cargo no Congresso

Cristina Vieira  |  cristina.vieira@diario.com.br

Se quem vota não leva em conta os suplentes do candidato, para os partidos, eles são importantes para representar regiões, onde o postulante principal não é conhecido. Nesta eleição, os reservas no Senado tiveram ainda alto valor na negociação de alianças e, um dia, podem virar titular.

Na terça-feira, houve um bom exemplo. Belini Meurer, primeiro suplente da senadora Ideli Salvatti (PT), e Niura Demarchi (PSDB), segunda suplente do senador Raimundo Colombo (DEM), assumiram, em Brasília, o lugar dos dois, que se licenciaram na semana passada para concorrer ao governo do Estado.

O primeiro suplente de Colombo, Casildo Maldaner, abriu mão da vaga para a tucana. Nos bastidores, comenta-se que essa foi mais uma manobra para a reedição da tríplice aliança.

— Praticamente um terço do Senado é composto por suplentes, ou seja, eles são muito importantes. É preciso mudar a concepção de pensar apenas no candidato — afirmou Cláudio Vignatti, candidato ao Senado pelo PT.

Outro exemplo é Neuto De Conto (PMDB). Ele é senador há quatro anos, desde que o titular da cadeira, Leonel Pavan (PSDB), abriu mão do cargo para ser vice de Luiz Henrique da Silveira (PMDB), o que hoje lhe rende o posto de governador do Estado.

Na atual reedição da tríplice aliança, os suplentes foram relevantes para acomodar o PSDB na composição em torno de Colombo. Ao ficar de fora das duas principais vagas da chapa (governador e vice), o PSDB chiou e quis, além de Paulo Bauer ao Senado, a indicação do primeiro suplente de Luiz Henrique, favorito disparado à eleição do Senado.

O PSDB indicou seu presidente de honra, Dalírio Beber. A segunda suplência ficou para o DEM, com Antônio Gavazzoni.

Campanha

Na semana passada, o ex-governador posou ao lado de Beber e Gavazzoni na primeira sessão de fotos para a campanha. Luiz Henrique, principal articulador da tríplice, ajudou a formar as duas chapas ao Senado da coligação. Beber e Gavazzoni, estreantes na disputa eleitoral, ficaram com ele, líder nas pesquisas e quem, teoricamente, não precisa de puxadores de voto.

Já Bauer tem como primeiro suplente um nome de peso, Cesar Souza (DEM), que deve lhe angariar votos no Estado. O comunicador foi deputado federal, quatro vezes deputado estadual e vereador em Florianópolis. O segundo nome é Athos de Almeida Lopes, da ala histórica do PMDB, que fará o partido trabalhar também por Bauer.

— Eles estarão comigo também no exercício do mandato. Só não vão lá no Senado votar, porque não pode, mas participarão de todas as decisões — pondera Bauer.

Alianças e líderes regionais

No PT, as suplências foram usadas para atender pedidos dos partidos aliados. O PSB queria a primeira reserva de Cláudio Vignatti. Levou, com a indicação de Adriana Berger, mulher do prefeito de São José, Djalma Berger, e procuradora do Estado há 18 anos. O segundo nome foi dado ao PR, que indicou Claudemir Cesca.

Hugo Biehl, principal candidato do PP ao Senado, vai de chapa pura. O PDT chegou tarde na aliança com os progressistas, só no último dia de convenções (dia 30). Biehl já tinha composto com os colegas de partido, Udo Wagner e Genésio Spillere. Levou em conta a questão regional com lideranças do Norte e do Sul do Estado. Ele próprio representa o Oeste e Meio-Oeste.

Quem é suplente de quem
Candidato: Luiz Henrique da Silveira (PMDB)
1º suplente: Dalírio Beber (PSDB)
2º suplente: Antônio Gavazzoni (DEM)
Paulo Bauer (PSDB)
1º suplente: Cesar Souza (DEM)
2º suplente: Athos de Almeida Lopes (PMDB)
Cláudio Vignatti (PT)
1º suplente Adriana Berger (PSB)
2º suplente Claudemir Sesca (PR)
João Ghizoni (PC do B)
1º suplente: Edson Pasold (PRB)
2º suplente: Odair Luiz Andreani (PT)
Hugo Biehl (PP)
1º suplente: Udo Wagner (PP)
2º suplente: Genésio Spillere (PP)
Elizabeth Tiscoski (PP)
1º suplente Moacir Fiorini (PDT)
2º suplente Luiz Schimoghiri (PP) _ Ainda não decidiu se será candidato

Comentários

antonio rabelo junior

Denuncie este comentário14/07/2010 08:36

Um absurdo. O correto seria, se o cara foi eleito para senador, fica, caso ele queira sair, deve ser chamado o próximo mais votado e pronto. independente do partido. Assim, os partidos vão fazer menos politicagem com a vontade do povo e pensar 2 vezes antes de sair de um cargo para qual foi eleito. é uma vergonha.

 

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