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Eleições  | 25/05/2010 13h35min

Dilma promete reforma tributária a empresários

Pré-candidatos a Presidência da República estiveram reunidos hoje na Confederação Nacional da Indústria

Três pré-candidatos a Presidência da República estiveram reunidos hoje na Confederação Nacional da Indústria (CNI), onde ouviram empresários e responderam questões sobre economia.

Participaram o tucano José Serra, a petista Dilma Rousseff  e a candidata do PV, Marina Silva. Por sorteio, os presidenciáveis responderam perguntas dos especialistas presentes no evento. A primeira a falar foi a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, que assumiu o compromisso de que fará a reforma tributária se for eleita em outubro.

— Sou favorável à reforma tributária. Assumo o compromisso porque é a reforma das reformas — afirmou Dilma, durante o Encontro da Indústria com os Presidenciáveis, realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

Segundo ela, ao mesmo tempo que assegura a melhoria da competitividade a reforma tributária permite que o Brasil dê um salto de crescimento.

— Sem ela, é difícil assegurar um crescimento sustentável.

A pré-candidata salientou que o governo atual, do qual fazia parte e se desligou para concorrer à vaga no Planalto, tentou encaminhar "várias vezes" ao Congresso projetos de reforma tributária.

— A situação tributária no Brasil é caótica. Onera a todos: empresa e governo — disse, alegando que o ato de arrecadar é caríssimo ao Estado.

— Minha prioridade é a reforma tributária. A substituição tributária precisa ter mais racionalidade.

Dilma salientou que a reforma tributária é hoje o grande passo no sentido da competitividade junto com outros pontos, como desoneração e estímulo ao investimento, aumento da exportação e do emprego.

— Isso significa tanto que devemos completar a desoneração de bens de capital permitindo aproveitamento imediato dos créditos de PIS, Confins, IPI (...) que hoje vazam e não são considerados — pontuou.

Ela disse também que defende a devolução automática dos créditos de impostos com base na estimativa paga nos últimos 12 meses pelos empresários.

— A devolução de 100% desses créditos é fundamental e é feita em todos os países exportadores — comparou.

Salários

A pré-candidata também mostrou-se favorável a outro tema que vem sendo solicitado por empresários, que é a desoneração da folha de salários.

— Isso é fundamental. Em determinado momento o Tesouro terá de arcar com a diferença, porque se não quebra a Previdência, mas bens de capital e investimento, exportação e folha de salários são essenciais — disse.

Além disso, ela afirmou que gostaria de discutir o custo Brasil.

— Temos oneração na área de energia e energia é fundamental em toda a cadeia de produção.

Dilma considerou importante reforçar também reformas microeconômicas e citou como essencial, a jurídica.

— A revisão de contratos cria estabilidade e também uma defasagem porque, para rever contratos, o Brasil para. Qualquer proposta de revisão cria turbulência generalizada — afirmou a petista, salientando que o governo atual deu demonstração de maturidade nos últimos sete anos porque todos os contratos foram respeitados sem exceção.

Fundo Soberano

O crescimento da economia brasileira abre as portas para que haja aplicação extra no Fundo Soberano nacional, que hoje acumula montante próximo a R$ 17 bilhões, segundo a pré-candidata.

— Tivemos de diminuir o superávit primário por causa da crise, mas já retomamos e devemos fazer 3,3% este ano. E é obvio que o crescimento da economia nos possibilita acréscimo no fundo soberano, por que não?

Dilma fez a afirmação ao citar o tripé econômico metas fiscal e de inflação, além de câmbio flutuante.

— Todas as três políticas terão de ser mantidas para assegurar a estabilidade — argumentou. Em relação à política monetária, ela citou que a taxa real de juro passou de um intervalo de 15% a 20% ao ano no passado para um patamar entre 5% e 6% atualmente.

— É alta ainda, sem dúvida, mas demonstra trajetória de queda sustentada.

Sobre o câmbio flutuante, a pré-candidata destacou que a política pôde ser mantida porque foi dirigida ao lado da acumulação de reservas internacionais.

— Acumular US$ 250 bilhões é irmão siamês de política de câmbio flutuante — disse.

Agência Estado
Antonio Cruz / Agencia RBS

Dilma Rousseff (PT) se comprometeu com a reforma tributária
Foto:  Antonio Cruz  /  Agencia RBS


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