Atualizada às 14h42min

A pré-candidata à presidência, a senadora licenciada Marina Silva (PV), disse durante o Painel RBS desta terça-feira que pretende chamar uma constituinte para as grandes reformas. Marina afirmou que são necessárias reformas tributária, da previdência e trabalhista.

— Eu vou tentar chamar uma constituinte exclusiva para fazer as grande reformas que o Brasil precisa. Essa proposta nem é minha, é uma proposta do Pedro Simon, que é um grande jurista.

Questionada sobre uma possível discordância do Congresso sobre o assunto, a pré-candidata disparou:

— O problema é que o Congresso não consegue fazer as mudanças estratégicas. Não faz porque os interesses são tantos, mediados pelo interesse do parlamentar, que ele não é capaz de cortar na própria carne.

A senadora licenciada salientou ainda que pretende eleger alguém para fazer as reformas:

— Eu pedi para alguns amigos juristas fazerem (a proposta) em cima da proposta do Simon, de que um processo constituinte exclusivo seja com alguém eleito originariamente para fazer essas reformas e, depois, ele não é mais candidato justamente para se distanciar dos interesses.

Ponte do Guaíba

Como Dilma Rousseff e José Serra, outros dois pré-candidatos, Marina Silva também foi questionada sobre a construção da Ponte do Guaíba. Ela respondeu que a ponte está para os gaúchos como o aeroporto de São Gonçalo está para o povo do Rio Grande do Norte.

— Essa demanda não foi priorizada em outros governos, tanto que os estudos só estão sendo feitos agora. O que eu posso dizer é que, quando se tem um compromisso político e ético com uma coisa que é justa e correta, a gente encontra as respostas técnicas. Meu compromisso é de que, se é importante, vamos fazer.

Aborto

Marina Silva se disse contrária ao aborto, destacou que falta informação à sociedade para se posicionar e sugere um plebiscito.

— Se tem uma coisa que nos une é a falta de informação. Se temos um ponto de convergência de que falta debate, vamos fazer o debate.

Educação

Marina Silva salientou que há uma grande demanda pela escola integral porque boa parte das mulheres que trabalham não tem onde deixar os filhos.

— Elas sabem que se estiver na escola, o filho será orientado para o dever de casa e para uma alimentação correta. Há uma discussão que não se pode banalizar. Não se pode substituir a relação dos pais com os filhos.

De acordo com a pré-candidata, as crianças podem ficar na escola, mas isso não pode deixar que os laços se percam.

— Laços familiares são fundamentais na formação.

Reeleição

Apenas um mandado não é suficiente para se resolver uma proposta, disse a pré-candidata. Marina Silva afirmou, entretanto, que não se candidataria à reeleição.

— Não me candidataria à reeleição porque em uma eleição que é única, o candidato faz o que o país precisa. É um compromisso que teria de ter começado ontem.

Jornada de trabalho

— Sou favorável à redução da jornada de trabalho, mas não podemos fazer um discurso simplificado — declarou a senadora licenciada, Marina Silva.

De acordo com a pré-candidata, essa redução pode ser transformada, mais adiante, em um mecanismo que vai ocultar a impossibilidade de o trabalhador ter mais tempo para o lazer, para descansar, que são as horas extras. Ela lembra ainda que, no Brasil, há muitas pessoas na informalidade.

Pesquisas

Marina Silva disse que não quer falar em segundo turno.

— Segundo turno, a gente discute no segundo turno. Se eu fosse me basear em pesquisas, não seria candidata a nada. A primeira vez que saí candidata, estava com 3% e fui eleita a senadora mais votada do meu Estado. Estar com 7%, 8% é um bom começo para quem começou há apenas seis meses.

Saúde

A pré-candidata Marina Silva afirmou que o foco na saúde deve estar no atendimento básico, na saúde da família:

— Isso funciona em vários países do mundo, inclusive na Inglaterra. Se tivermos um bom atendimento de saúde, na base, não resultaria no agravamento da maioria dos problemas.

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