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Eleições  | 12/05/2010 17h43min

'Ficha Limpa' não deve ser votado a toque de caixa, diz líder do governo no Senado

Jucá disse que não tem compromisso com a votação do projeto até o dia 5 de junho

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), sinalizou hoje que não se esforçará para dar celeridade à votação do projeto 'Ficha Limpa', proposta para barrar a candidatura de políticos condenados pela Justiça.

O votação da proposta foi concluída ontem à noite pela Câmara dos Deputados e, a partir de agora, será analisada pelo Senado, antes de seguir para sanção presidencial. Jucá disse que não tem compromisso com a votação do projeto até o dia 5 de junho — data que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, entende ser a limite para que o projeto valha ainda para as eleições de outubro.

— Não temos que votar o projeto a toque de caixa — disse o senador.

Jucá pondera que o projeto pode "a qualquer momento, comprometer a vida das pessoas". O líder afirmou ainda que pretende "se debruçar" sobre o projeto e, se preciso, apresentar emendas que o alterem.

Caso essas emendas sejam aprovadas, o projeto precisaria ser aprovado pelo Senado e depois voltar para uma segunda rodada de votação na Câmara dos Deputados, atrasando, assim, a possível sanção do texto pelo presidente Lula.

— Nós vamos votar com tranquilidade. Eu vou me debruçar sobre o projeto e posso propor emendas — completou.

Jucá ainda vetou, de antemão, a possibilidade de um acordo de líderes para dar caráter de urgência ao projeto, como defende alguns senadores. A urgência seria necessária, uma vez que os quatro projetos que tratam do marco regulatório do pré-sal (matéria prioritária para o governo neste momento) têm prioridade na fila de votação.

Pré-sal

Com urgência, os projetos do pré-sal precisam ser votados antes de qualquer outra matéria. No entanto, a oposição é contra a aprovação dos projetos e promete atrapalhar as discussões visando adiar o quanto puder a votação deles. Isto, por consequência, atrasaria também a aprovação do "Ficha Limpa".

Jucá afirmou ter dúvidas em relação ao projeto, e citou como exemplo a parte do texto que prevê que os políticos serão impedidos de concorrer a cargo eletivo caso tiverem sido condenados "por decisão colegiada" da Justiça.

— Colegiado é o que? Tribunal de Contas de primeira instância é colegiado? Tribunal Regional de primeira instância é colegiado? Temos que votar porque é importante para melhorar os quadros eleitorais. Nós queremos aprovar rápido, mas analisar antes e, se for o caso, emendar — disse.

Agência Estado
 

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