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Eleições  | 11/05/2010 03h12min

Autonomia do Banco Central pauta o debate entre candidatos

A partir de críticas de José Serra, que questionou a autonomia do órgão, Dilma Rousseff e Marina Silva defenderam atual gestão

Os três principais candidatos à Presidência revelaram ontem divergências sobre o grau de autonomia que o Banco Central teria em seus governos. O tema veio à tona depois de uma declaração de José Serra (PSDB), que pela manhã defendeu que “o presidente da República tem que fazer sentir sua posição” se houver “erros calamitosos” na condução da política monetária do país.

Apesar de o tucano ter declarado ser favorável à autonomia do BC, suas principais adversárias, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV), aproveitaram a frase para tentar se contrapor ao tucano, defendendo a autonomia da instituição e sua atuação na crise mundial – que havia sido criticada por Serra, que salientou que o órgão também erra.

– O Banco Central não é a Santa Sé. Você acha que o BC nunca erra? Tenha paciência. Quem acha que o BC erra é contra dar autonomia e condições de trabalho? Claro que não. Agora, de repente, monta-se um grupo que é acima do bem e do mal – disse.

Depois das declarações, dadas em entrevista a uma emissora de rádio, Serra esteve no Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, em São Paulo.

Para Dilma, que participou de um seminário no Rio, o BC tem de ser autônomo. E mais: o órgão tem agido de maneira correta na condução da economia brasileira:

– Defendo a autonomia operacional do Banco Central. Acho que relações institucionais têm se pautar pela maior tranquilidade possível, pela serenidade. Sempre tivemos uma relação muito tranquila com o Banco Central, de muito pouca turbulência, de muito pouca confusão.

Marina, que participou de um debate sobre segurança pública promovido pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade, foi pelo mesmo caminho, defendendo a autonomia do órgão ao citar acontecimentos ocorridos na economia de países vizinhos.

– A experiência brasileira mostra que foi acertada a autonomia do BC. É uma autonomia não institucionalizada. A não institucionalização é boa para evitar o que aconteceu na Argentina – disse.

ZERO HORA
 

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