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 | 10/05/2010 12h08min

Comissionados do DEM não deixam o governo em Santa Catarina

Partido decidiu desembarcar da tríplice aliança para apresentar candidatura própria

Upiara Boschi  |  upiara.boschi@diario.com.br

Na antevéspera da renúncia de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e da posse de Leonel Pavan (PSDB) no cargo de governador, o Democratas (DEM) anunciou que estava deixando o governo do Estado.

Pouco mais de um mês se passou, a esperada debandada não aconteceu e os mais de 300 comissionados indicados pela sigla continuam trabalhando na máquina administrativa. Apenas 11 integrantes do DEM deixaram o governo, e parte deles é candidato a algum cargo em outubro.

O governo do Estado afirma não ter um mapeamento de quantos cargos cada partido aliado têm na estrutura. Quando Luiz Henrique foi reeleito, em 2006, afirmou que cada sigla teria um pedaço da máquina equivalente ao número de deputados estaduais eleitos. Ao então PFL, caberiam cerca de 20% dos 1.430 comissionados do governo. O secretário da Administração, Paulo Eli, afirma que a porcentagem é próxima a isso.

— O DEM tem entre 300 e 400 pessoas, mas essa conta nunca foi feita na ponta do lápis. Todos continuam nos cargos, exceto os secretários que pediram exoneração — afirma.

Abandonaram os postos os cinco secretários centrais, cinco regionais e um presidente de fundação. O presidente da Fatma, Murilo Flores, permaneceu no posto a pedido do governo, para continuar à frente dos licenciamentos ambientais para instalação do megaestaleiro de Eike Batista em Biguaçu. Ivan Ranzolin pediu desfiliação do partido para continuar à frente da SC Gás.

Decisão sobre exonerações será de Pavan

Na época do desembarque, as próprias lideranças do DEM afirmaram que só deixaram os cargos de primeiro escalão e que as demais funções ficariam por conta de Pavan.

O presidente estadual do DEM e pré-candidato da sigla ao governo estadual, Raimundo Colombo, diz que os indicados estão saindo do governo aos poucos, sem ruptura. O senador diz que o DEM não tem apego aos cargos, embora admita situações em que os comissionados pediram para continuar no governo. Para ele, não há constrangimento em deixar para Pavan a decisão de exonerar os indicados do partido.

— Não há nenhum desconforto. O pessoal está saindo. Hoje eu soube de dois. Todos estão avisados de que o DEM saiu do governo e é isso mesmo — afirma Colombo.

O líder do DEM na Assembleia, deputado Cesar Souza Junior também afirma que o "governador tem total liberdade de remanejar" os cargos, mas admite que a atitude poderia atrapalhar a reaproximação dos dois partidos. 

— Claro que perseguir essas pessoas seria um gesto de hostilidade que poderia nos afastar lá na frente — diz o deputado, que causou embaraço ao Centro Administrativo ao votar ao se posicionar a favor de emendas às medidas provisórias que concediam benefícios aos servidores da saúde, que acabaram retiradas pelo Executivo.

Demitir os indicados de DEM não estaria nos planos de Pavan. Embora esteja em elaboração uma lista dos nomes apadrinhados pela sigla, os tucanos querem evitar qualquer confronto.

— Eles não foram exonerados porque não pediram demissão. Além disso, como o governador Leonel Pavan ainda quer reaglutinar a tríplice aliança, não foi pensada nenhuma medida punitiva — afirma o secretário Paulo Eli.

 

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