| 20/03/2010 08h58min
Não conheço Jorge Fossati pessoalmente, mas sempre tive a melhor impressão dele. Só acho que o time não está jogando com o posicionamento adequado. Não critico esta ou aquela escolha, critico é a organização coletiva, ou a falta dela. Ouço que ele está fazendo um esquema defensivo, mas não vejo isso. Vejo um time com três zagueiros e uma defesa frágil.
A primeira condição para uma boa defesa é ter zagueiro na sobra, mas, para isso, é preciso um volante que dê cobertura. Caçapava, e depois, Batista com Falcão, por exemplo. O Inter tem dois volantes que fazem o vai-e-vem, são iguais, pegam e arrancam, pegam e voltam. Com fre-quência fazem falta na frente da área.
Além disso, com três zagueiros, sobra apenas um para a armação. Contra o Cerro, melhorou um pouco. Teve mais presença no meio, mas ainda foi um ataque sem fluidez. Nos últimos três jogos, o Inter jogou contra três equipes médias, São Luiz, Deportivo Quito e Cerro. E a maior figura em campo foi Abbondanzieri. Este
não é um sinal
perigoso?
Assim, como julgar Alecsandro, Edu ou D’Alessandro, que muitas vezes fica cercado por todos os lados e precisa driblar dois, três para conseguir espaço? Todas as individualidades são prejudicadas pela ação coletiva.
Não estou pedindo a sua demissão, mas, sim, que perceba estas coisas. Como Abel Braga percebeu. Abel abandonou um ofensivismo heroico, trocando por um time consistente, que encaminhou um título de Libertadores no Morumbi.
Um time de futebol organizado tem algumas constantes: jogo de aproximação, triangulação, toque de bola, retenção, e até o recuo de bola. Estas constantes se completam com quatro circunstâncias: lançamento, cercamento, drible e bola parada. O Inter vive do excepcional, não do rotineiro: um lançamento, uma cabeçada, um gol, um lançamento, um erro um gol ou a bola parada. A constância é o jogo de aproximação. Todos os adversários controlam o meio-campo contra o Inter. Até mesmo o Novo Hamburgo. Retomam a bola e
saem aproveitando os imensos espaços
que o Inter oferece no meio-campo.
Fossati, pegue o exemplo do Barcelona em 2006. Os craques estavam todos do lado de lá, mas a organização estava do lado do Inter. Estou confiando na liderança e na experiência do Fernando Carvalho e do departamento de futebol. Fossati, converse com o seu vice de futebol, de preferência todos os dias. Não precisa obedecer, ele não é homem de escalar o time, mas é homem de perceber antes os riscos porque ele, Carvalho, vai para a linha de frente defender o técnico, até mesmo quando não concorda com o técnico.
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