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 | 13/03/2010 05h10min

Quando o Grêmio terá cara de Grêmio?







Já tratei deste assunto aqui na coluna, mas as urgências do futebol gaúcho exigem que eu retorne ao tema. E sabe por que? Raras vezes na história do Grêmio houve tantos jogadores egressos das categorias de base prontos parar entrar no time como agora, neste alvorecer da temporada de 2010. Mais que prontos, eu diria: Jovens e experientes.

Victor; Edílson, Saimon, Mário Fernandes e Bruno Collaço; Fernando, Willian Magrão, Maílson e Douglas; Borges e Jonas. Pergunto: é um time pior do que este que volta e meia entra em campo?

Repare que deixei de fora Mithyuê e Bergson, dois bons jogadores. E o fiz por uma questão conservadora. Falo de um time pronto. Bergson e Mithyuê ainda têm um caminho a percorrer. Alguém dirá: falta experiência. Eis aí um aspecto relativo.

Quem é mais experiente em disputas internacionais: Ferdinando, 30 anos, que veio do Avaí, ou Maílson, 21, cujo passaporte deve estar repleto de carimbos dos países visitados por ele com a seleção brasileira? E Fernando, 18 anos, centromédio da CBF do sub-15 ao sub-20? Quem tem mais cancha, mais capacidade de suportar pressão?

Se os dois, Maílson e Fernando, nunca tivessem enfrentando as agruras do futebol adulto, aí tudo bem. Talvez lhes faltasse força. Mas ambos são touros prestes a matar o toureiro de tão resistentes e confiantes.

Outro exemplo: Saimon, 19 anos. Sempre é convocado para torneios fora do país. Foi o capitão do time bicampeão júnior do Grêmio. Será possível que Maurício tem mais condições de titularidade do que ele? E do que Mário Fernandes?

A solução para dar uma cara ao Grêmio está dentro do Olímpico. 

Hoje, o Grêmio não tem uma cara. Não se sabe se é um time com pegada, mas sem muita técnica. Ou se é um time de muita técnica, mas sem pegada. É de velocidade ou de toque de bola? Tem algum movimento típico, como a chamada sanfona para os lados de Luiz Felipe? Marca meia pressão, como os times de Celso Roth?

O Grêmio de Silas ainda não tem um rosto definido. Não tem cara.

Não significa dizer que com os jovens formados em casa o Grêmio de Silas vá sair patrolando adversários como o Santos de Neymar. Mas pode melhorar. Já seria o suficiente para o futebol medíocre apresentado até agora.

Neste domingo, contra o Inter-SM, haverá Maylson e Mário Fernandes. É pouco. Um tanto da ousadia que sobrou em Ênio Andrade no Grêmio campeão brasileiro de 1981 faria bem a Silas.



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