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 | 26/02/2010 23h21min

"Eliseu Santos não tinha inimigos", afirma advogado

Secretário foi ameaçado de morte em maio de 2009

Atualizada em 27/02/2010 às 01h47min

O advogado do secretário da Saúde afirmou que a notícia da morte de Eliseu Santos, de 63 anos, foi uma grande surpresa, devido ao perfil da vítima. Marcelo Bertoluci foi contratado por Santos durante a Operação Pathos, desencadeada pela Polícia Federal em janeiro.

— Durante o tempo em que convivi com ele, o secretário nunca mencionou ter inimigos ou qualquer coisa do tipo — garante.

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Em maio de 2009, o secretário registrou ocorrência na Polícia Civil por uma ameaça que sofreu. Eliseu Santos estava de carro na esquina da Avenida João Wallig quando um motociclista pediu que ele abaixasse o vidro da janela. Depois, afirmou que "iria matá-lo".

Na tarde passada, Eliseu Santos esteve na superintendência da PF para se reunir com o delegado Sérgio Busato, responsável pelas investigações da operação. Bertoluci afirma que o secretário estava colaborando com os trabalhos da polícia e não teria mencionado ameaças recentes.

O superintendente regional da PF, Ildo Gasparetto, esteve com Eliseu na quinta-feira, e também ficou surpreso com o crime.

— Ele estava muito tranquilo e não falou nada sobre ameaças — contou.

No encontro que teve na superintendência, Santos pediu orientações ao delegado sobre porte de arma de fogo.

Operação Pathos

Em janeiro deste ano, a Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar suposto esquema de desvio de R$ 9 milhões destinados à contratação de equipes de profissionais de saúde de um programa da Prefeitura de Porto Alegre.

A Operação Pathos teve foco nas operações do Instituto Sollus, uma organização não governamental contratada sem licitação pelo município para terceirizar a contratação de médicos, dentistas e enfermeiros do Programa Saúde da Família (PSF).

A Procuradoria encontrou indícios de que cerca de R$ 400 mil foram desviados por mês entre agosto de 2007 e agosto de 2009, período de vigência do contrato do Sollus. Na época, o secretário Eliseu Santos disse que foi a prefeitura que encaminhou os indícios de irregularidades para as autoridades e que não haveria envolvimento de gestores públicos.

O crime

O secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, foi encontrado morto na noite desta sexta-feira, na zona norte da Capital. Homens armados teriam abordado a vítima, que estava dentro do seu carro, no bairro Floresta.

Segundo informações preliminares do PTB, Eliseu Santos teria sido vítima de assalto. Ele estava saindo de um culto evangélico acompanhado da mulher e da filha quando foi assassinado. Testemunhas afirmam ter visto homens armados saindo de um Vectra na Rua Hoffmann, paralela ao estacionamento do supermercado.

Não há certeza do números de disparos. Informações iniciais davam conta que seriam três. Algumas pessoas afirmam ter ouvido, no mínimo, sete tiros. A perícia ainda não informou o número exato de projéteis. Os bandidos teriam ido ao encontro de Eliseu Santos e atirado. Após o crime, os homens fugiram, no mesmo carro, em direção à Avenida Farrapos.

Eliseu Felippe dos Santos era médico, formado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1973. Foi vice-prefeito de Porto Alegre na primeira gestão de José Fogaça, entre 2005 e 2008. Em 2007, assumiu a Secretaria da Saúde em Porto Alegre. 

O local da morte:


Visualizar Secretário da Saúde de Porto Alegre é encontrado morto em um mapa maior

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Leia mais sobre o crime no Blog da Rosane de Oliveira
 

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