| 26/01/2010 05h57min
Compreendo a situação financeira do Grêmio, mas está parece aquele ditado: o último a sair que apague a luz. Quem acompanha esta coluna é testemunha: não sou daqueles que condenam todo e qualquer negócio realizado por um clube. É preciso pagar as contas, ainda mais com a dificuldade enfrentada pelos clubes para criar receitas.
Sei que há os R$ 30 milhões do condomínio de credores para honrar, sei que a atual direção, assim como a anterior, herdou uma calamidade do ponto vista de dinheiro jogado fora por irresponsabilidade administrativa. Também sei do passivo de R$ 150 milhões, ainda que os R$ 70 milhões a serem pagos no longo prazo com a Timemania atenuem o problema.
Sei de tudo isso, mas também não dá para se desfazer de tanta gente boa ao mesmo tempo. Vender o seu melhor zagueiro agora é
perigoso demais.
Já se foram Tcheco, Maxi Lopez,
Douglas Costa e, agora, Rever. Não digo que eles são craques, longe disso, mas os problemas do Grêmio em 2009 passaram menos por estes e mais por jogadores que seguem no time em 2010.
O Grêmio continua sem lateral-direito de qualquer espécie. Todos os grandes clubes têm lateral-direito, menos o Grêmio. Com Mário Fernandes indo para a zaga, até a primeira opção do improviso se perde.
Lúcio e Fábio Santos alternaram atuações duvidosas na esquerda em 2009. Aí estão os dois de novo em 2010. Nenhum deles vai para a Europa, como Douglas Costa, Maxi ou Rever. Quem é o segundo volante? Rochemback? Túlio? Nenhum dos dois?
Este é o ponto. O Grêmio vai perdendo qualidade em relação a um Grêmio que já era insuficiente no ano passado. A exigência na Copa do Brasil é menor do que na Libertadores, mas não precisa exagerar.
Dos 5 milhões de euros que os alemães do Wolfsburg pagarão por Rever, só 55% pingarão nos cofres
do clube. Sem Rever, o Grêmio perde um ótimo zagueiro, um
centroavante no escanteio ofensivo e, se for preciso, um primeiro volante de primeira linha.
A idéia era perder um ou outro jogador, tudo bem, mas acrescentar talento ao grupo do ano passado. Somar. Evoluir. Melhorar.
O Grêmio assumirá um risco alto vendendo Rever na correria, para ainda pegar um dinheiro na janela de janeiro. Se há problemas defensivos com Rever, imagine sem ele.
Será possível remontar o time com os que ficaram? Só o tempo dirá. Mas é um risco. Dos grandes.
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