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 | 07/01/2010 07h01min

O que faz da vida: Valdomiro, o famoso ponteiro-direito colorado

Ex-jogador descarta trabalhar como técnico

Felipe Bortolanza  |  felipe.bortolanza@diariogaucho.com.br

Foram 90 minutos de ricas histórias, boas gargalhadas e uma revelação. A entrevista com Valdomiro Vaz Franco durou o tempo exato de um jogo. Mas merecia prorrogação. Segundo o famoso ponteiro-direito, ninguém vestiu mais vezes a camisa vermelha do que ele: 755 jogos.

Os gols? Foram cem no Beira-Rio. Sobre outros, perdeu a conta. Números à parte, este ídolo é uma exceção entre os que compõem a série de reportagens “O que faz da vida”. Saiba por quê.

Enquanto a maioria dos ex-jogadores de futebol tenta a vida como treinador, Valdomiro faz graça do assunto:

– Jamais serei técnico! Me faltaria paciência com os que não jogam nada e ganham salário de craque.

Mas isto não significa que o futebol tenha saído de sua vida. Aos 63 anos, tira da bola só a diversão. Em Criciúma, cidade onde nasceu e mora desde 1993, tem um centro esportivo com quatro campos, piscinas, área verde e salas de ginástica.

Garante que recebe 250 pessoas por dia. E, desde abril, há um motivo extra para atrair visitantes:

– Tenho muito orgulho do memorial que levantei com meu nome! É um museu do futebol. Quero fazer dele um ponto turístico da cidade!

Entre as relíquias estão, camisas, flâmulas e bolas dos tempos de Colorado. Há lembranças também dos 23 jogos disputados pela Seleção Brasileira – tem cinco gols marcados e a Copa de 1974 no currículo.

O empreendimento custou R$ 600 mil. E já teria recusado proposta de R$ 2 milhões para vender. A boa situação financeira também o diferencia de atletas dos anos 70 e 80 que ganhavam pouco e gastaram tudo.

– Graças a Deus, ao meu trabalho e a mão da minha Natália (mulher), nunca passei necessidade.

- Para realizar um sonho, sairia de Criciúma

Até esta altura da conversa, já havia a certeza de que Valdomiro é um sujeito realizado. Porém, ao contar que é sócio do Colorado e que paga em dia, emendou uma revelação. Tem algo que o tiraria de Criciúma, ao menos por um tempo.

– Meu sonho é ser dirigente do Inter. Queria orientar jovens, tanto na parte de campo quanto na vida pessoal. Há bons garotos que se perdem por deslumbramento. Seria uma forma de retribuir ao clube que me deu tantas alegrias na vida.

- Ficha do ídolo

- Nome: Valdomiro Vaz Franco, 63 anos (17/2/1946, em Criciúma-SC)

- Onde mora: Criciúma, com a mulher Natália e os filhos Valdomiro André e Tales Vinícius

- O que faz: dono de centro esportivo

- Ano da estreia: 1967, no Comerciário-SC

- Ano do adeus: 1982, no Inter

- Clubes como ponteiro-direito: Comerciário, Inter (1968 a 1980 e 1982) e Millionários (Colômbia)

- Títulos no Inter: três Brasileiros (1975, 1976 e 1979), dez Gauchões (1969 a 1976, 1978 e 1982 – único atleta a ser octacampeão) e dois citadinos de Porto Alegre (1972 e 1973)

- Fundo do baú

- O jogo da vida: me orgulho muito de ser o único octa gaúcho. Mas a partida que me marcou foi o Gre-Nal que decidiu o Gauchão de 1978. Vencemos por 2 a 1, no Olímpico, e fiz os dois gols. O segundo aos 42 minutos do segunto tempo. O empate era deles!

- Alegria no futebol: minha primeira convocação pela Seleção Brasileira. Foi em 1972. Fui reserva do grande Jairzinho. Dois anos depois, fui para a Copa de 1974.

- Se pudesse voltar no tempo: gostaria de ter ganho mais títulos ainda pelo Inter.

- Aprendizado na pior derrota: aquela derrota por 5 a 4 para o Cruzeiro (Libertadores de 1976) me ensinou que é preciso ter atenção total nos momentos decisivos dos jogos. Tínhamos um baita time, merecíamos ter tido melhor sorte.

DIÁRIO GAÚCHO
 

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