| 06/01/2010 07h01min
Este timaço de ídolos, hoje longe dos holofotes, ganha hoje o reforço de mais um estrangeiro. O uruguaio Rubén Paz, ídolo colorado dos anos 80, é o camisa 10 da seleção organizada nesta série de reportagens intitulada “O que faz da vida...”. E nada orgulhava mais este craque do que vestir a dez.
Quem via Rubén Paz deslizar pelo gramado do Beira-Rio entre 1982 e 1986, com seu corpo parrudo de 1,74m, pode até imaginar que hoje ele seja um homem gordo, largado. Aos 50 anos, a surpresa não está apenas na manutenção de sua forma, embora os quilinhos a mais.
O surreal ele mesmo conta:
– Parei de jogar aos 47. Defendi clubes amadores de 2000 a 2006. Não conseguia ficar longe da bola.
Profissionalmente, abandonou a carreira com 41 anos, jogando o campeonato uruguaio pelo Frontera Rivera Chico. O segredo?
– Ninguém vence na vida se não cuidar do corpo. Nunca fumei, durmo cedo e não cometo
excessos.
- Ele ainda não sabe se tentará carreira solo
Este ensinamento
ele passa aos quatro filhos e aos jogadores com quem trabalha – desde 2007 é auxiliar do técnico Saralegui, seu companheiro dos tempos de seleção uruguaia.
Entre 2008 e 2009, a dupla comandou o Peñarol. À espera de um novo clube, Rubén Paz vive em Montevidéu com a mulher, Marisa.Sobre o futuro, o ídolo ainda não sabe se tentará carreira solo como treinador. Fama na América do Sul não falta.
- Ser protagonista era um prazer
Na Argentina, por exemplo, jogou no Racing e fez sucesso na época em que outro baixinho canhoto e habilidoso surgia: Diego Armando Maradona.
– A exemplo dele, sempre tive orgulho de vestir a camisa 10 e ser o protagonista. Sentia-me mais responsável – conta Rubén.
O torcedor colorado sabe bem como ele honrou a dez vermelha, com a qual foi tri gaúcho. Voltar ao Beira-Rio é possível? Quem jogou até os 47 poderá treinar aos 94...
– Ué, quem sabe? Tomara! Fui
muito feliz, tive uma família no Inter!
- Ficha do ídolo
- Nome:
Rubén Walter Paz Márquez, 50 anos (8/8/1959, em Artigas, Uruguai)
- Onde mora: Montevidéu (Uruguai), com a mulher, Marisa
- O que faz: é auxiliar-técnico de Saralegui. A dupla procura emprego
- Ano da estreia: 1977, no Peñarol
- Ano do adeus: 2000, no Frontera Rivera/Uru
- Clubes como meia: Peñarol, Inter (1982 a 1986), Racing de Paris/Fra, Racing/Arg, Genoa/Ita, Rampla/Uru, Godoy Cruz/Arg, Wanderes/Uru e Frontera Rivera/Uru. Como amador jogou até os 47 anos, em três clubes uruguaios: Nacional de San José, Tito Borjas e Pirata
- Clube como auxiliar-treinador: Peñarol
- Títulos no Inter: três Gauchões (1982 a 1984)
- Fundo do baú
- O jogo da vida: final do Gauchão de 1982. Batemos o Grêmio por 2 a 0 no Olímpico. Eles tinham um timaço, campeão da Libertadores e do Mundo logo depois.
- Alegria no futebol:
vestir a camisa 10 de times importantes e ter feito muitos amigos, principalmente no Inter.
- Se pudesse voltar no tempo:
treinaria mais para ter ainda mais sucesso em campo.
- Aprendizado na pior derrota: em 1985, levamos 2 a 1 do pequeno Bangu, diante de nossa torcida. Perdemos a chance de ser semifinalista do Brasileiro. Eu, como camisa 10 do Inter, tinha de ter sido o protagonista e não fui. Me culpei muito. Depois daquela derrota, aprendi que camisa não vence partida.
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