O Juventude levou 3 a 1 do Atlético-GO em pleno Estádio Alfredo Jaconi, na tarde deste sábado e pôs suas chances de escapar do rebaixamento na cota de uma façanha. Agenor, Marcão e Juninho marcaram para os visitantes, enquanto Marcos Denner descontou. No final, a papada aplaudiu o acesso do adversário, o segundo consecutivo após o título da Série C no ano passado.

A tarde já começou com perspectivas sinistras quando todos os resultados paralelos que poderiam interessar para a fuga do rebaixamento só tornaram ainda mais complicada a situação alviverde. Embora não houvesse combinação favorável que pudesse fazer um milagre do tamanho daquele necessário para compensar a debilidade do Juventude. Como tampouco houve misericórdia por parte do Atlético-GO, um dos times mais envolventes de todo o campeonato.

O tom do desastre foi dado pelo início do processo de evacuação do Alfredo Jaconi aos 10 minutos do segundo tempo, quando os visitantes balançaram a rede pela terceira vez, sem qualquer esboço de reação por parte dos donos da casa.

A ruína, porém, se anunciava desde os primeiros minutos de partida, quando o volante Robston, forte candidato a melhor jogador da competição e absolutamente livre de vigilância, passou a dominar, armar e chutar, assumindo o comando de todas as ações.

Pelo seu lado direito de defesa, o time papo só conseguia conter os avanços adversários com faltas. Pelo seu lado esquerdo, não conseguia. De jeito nenhum. E exceto por uma boa cobrança de falta de Lopes que o goleiro Márcio espalmou a escanteio, e outra de Ivo, rasante, que saiu tirando tinta da trave, pouco produzia em termos ofensivos.

Outro problema: a recomposição alviverde, se é que se pode chamar assim, mostrava-se absolutamente pavorosa. Ao contrário do rival, era lenta e deixava generosos espaços para os contra-ataques.

Até que aos 28 minutos, a sorte desistiu de ajudar a papada. Na enésima falta que cobrou pela direita, Robston colocou a bola na cabeça de Agenor, que subiu livre na pequena área apenas para desviar de Juninho de cabeça: 0 a 1.

Antes do intervalo ainda houve tempo para um lance que poderia ter tornado a história completamente diferente. Mendes já havia emendado uma bicicleta belíssima que por pouco não resultou em gol, quando, aos 45 minutos, recebeu uma bola alçada por Bruno em sua cabeça com precisão cirúrgica. Completamente livre na grande área, de frente para o gol, um dos maiores artilheiros da história do Juventude cabeceou nas mãos de Márcio.

Era um indício de que às vezes não há nada tão ruim que não possa ficar ainda pior.

Foi o que aconteceu na volta dos vestiários.

Em meros 10 minutos o time goiano praticamente sepultou as ambições alviverdes de evitar a terceira divisão nacional. E fez isso apenas se aproveitando das lambanças da própria vítima. Aliás, com apenas 22 segundos de etapa final, Robston já dava um toque sonolento para ampliar enquanto Juninho ficava torcendo para a bola sair. Da chance seguinte não houve escapatória.

Aos sete minutos, Walker cochilou na frente da área e foi desarmado por Robston, que avançou e escorou para Marcão no lado esquerdo da área. O centroavante puxou para a perna direita, limpou e colocou com categoria no canto esquerdo de Juninho: 2 a 0.

Lauro ainda tentou descontar, em giro e chute com estilo de pivô, aos oito.

Dois minutos depois, porém, veio a pá de cal. O Juventude conseguiu se atrapalhar em uma cobrança de lateral na própria metade de campo. A linha ofensiva goiana foi mais esperta, recuperou a bola e lançou Juninho, que chegou a ser parcialmente desarmado pelo xará papo. Como ninguém do Juventude apareceu para abortar o lance, o mesmo Juninho rubro-negro recuperou-a e fuzilou cruzado, inapelável.

Num espasmo de reação estéril, o gol de honra saiu aos 43 minutos do segundo tempo. Marcos Denner completou escanteio cobrado por Ivo e descontou de cabeça.

Fim de papo: Atlético-GO 3 a 1.

Agora, é só com a esperança de um desempenho de exceção diante do Guarani, em pleno Brinco de Ouro da Princesa, que o Juventude viaja a Campinas para jogar sua sobrevida no próximo sábado.

FICHA TÉCNICA

JUVENTUDE: Juninho, Da Silva, Douglas, Bruno Teles, Bruno, Walker, Lauro (Tiago Renz, 14/2º), Lopes (Léo Dias, 33/2º), Ivo, Zezinho, Mendes (Marcos Denner, 23/2º). Técnico: Ivo Wortmann

ATLÉTICO-GO: Márcio, Rafael Cruz (Weslley, 39/1º), Leandro Amaro, Jairo, Alysson, Agenor (Leandro Carvalho, 24/2º), Pituca, Robston (Ferreira, 39/2º), Elias, Juninho, Marcão. Técnico: Artur Neto

Gols: Agenor (A), aos 28min, no primeiro tempo. Marcão (A), aos 7min, Juninho (A), aos 10min, Marcos Denner (J), aos 43min, no segundo. Árbitro: Nielson Nogueira Alves, auxiliado por Erich Bandeira (Fifa) e José Pedro Wanderlei da Silva (trio de PE). Cartões amarelos: Lauro (J); Rafael Cruz, Leandro Amaro, Alysson, Pituca, Leandro Carvalho (A). Público: 12.426. Renda: R$ 43.973. Local: Estádio Alfredo Jaconi