| 28/06/2009 20h08min
Assisti pela TV, ontem, os reservas do Corinthians perderem para o Atlético-PR na Arena da Baixada, 1 a 0, gol de Paulo Baier cobrando falta. Aí o jogo terminou, o Corinthians com uma derrota justíssima, sem nada a reclamar, não lembro de uma chance de gol sequer para o campeão paulista. De repente, as imagens mostram alguns jogadores reclamando em volta do árbitro. Poucos, não muitos. Normal. Nisso, chega o técnico Mano Menezes. Imaginei que ele estivesse ali para ser a voz ponderada entre os bárbaros. Que nada. Disse poucas e boas para o árbitro a centímetros de distância dele.
A bronca era com um suposto pênalti. Cruzamento para a área do
Atlético-PR, o zagueiro sobe e, durante o cabeceio, a bola bate no seu braço esquerdo. Um lance
involuntário. José Roberto Wright, analista de arbitragem da Globo, crava: não é pênalti de jeito nenhum. Bola na mão. O jogador do Atlético-PR nem está olhando para a bola quando acontece o toque. Diante da histeria de Mano, e somando outros elementos, cheguei a uma conclusão.
Os técnicos estão à beira de um ataque de nervos.
Na semana passada, Muricy Ramalho deixa o São Paulo (na foto, Washington no jogo de estreia do técnico Ricardo Gomes) e se queixa de um telefonema de Cuca para o presidente Juvenal Juvêncio. Antes de o Inter levar 4 a 0 do Flamengo no Maracanã, Tite cochicha no ouvido de Cuca um comentário sobre Muricy. Sérgio Guimarães, da Rádio Gaúcha, ouve e diz no ar que Tite se solidarizou com Cuca insinuando da possibilidade de ocorrer o mesmo entre Muricy e o Beira-Rio logo ali adiante. Tite não confirma nem desmente o diálogo com Cuca, mas critica a generalização de Muricy ao reclamar do comportamento de alguns técnicos. Em
resumo: barraco total.
No
Santos, Wagner Mancini diz que tem traidor na Vila Belmiro. A briga entre Fábio Costa e o preparador de goleiros — eles quase se pegaram a socos — abriu a porta do vestiário e pousou nas páginas dos jornais paulistas. Wanderley Luxemburgo é demitido e, assim como Muricy, vai ser cogitado para o lugar do primeiro treinador que cair. Já há quem diga que o seu futuro pode ser o do derrotado na Copa do Brasil.
No Corinthians, por que uma derrota de Mano seria um fiasco após a vantagem obtida no Pacaembu. E ninguém esquece a perda do título do ano passado para o Sport depois de fazer 3 a 1 em casa. No Inter, pela queda de produção do time, sem vencer há um mês.
Além de Muricy e Luxemburgo — não convide os dois para sentarem-se à mesma mesa nem sob decreto papal — também Nelsinho Baptista está desempregado e assombrando o cargo de muita gente. E o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Beluzzo, citou o nome de Abel Braga publicamente como um nome de respeito e vencedor para
o Parque Antártica.
Não faz sentido os técnicos brasileiros estarem mesmo à beira de um ataque de nervos?
Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.
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