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 | 28/06/2009 19h34min

Dunga encontrou o seu Dunga na Seleção

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



De tudo o que aconteceu nesta Copa das Confederações um fato é emblemático para se pensar a Seleção Brasileira na Copa de 2010. O título sobre os EUA? Que nada. Aí está um troféu pelo qual nenhum brasileiro sairá às ruas de bandeira ou fará buzinaço nas principais avenidas do país. Se os norte-americanos fossem os campeões, aí sim, seria caso de feriado nacional.

Seria, então, a descoberta do centroavante, com Luís Fabiano fazendo gols decisivos e sendo escolhido craque do torneio? Também não creio que esteja aí fato mais importante da conquista da Copa das Confederações. Do jeito que se produz atacantes no Brasil, dali a pouco surge um novo craque demolidor no Brasileirão, Alexandre Pato desanda a marcar gols no Milan, o próprio Luís Fabiano fica alguns jogos acertando só a trave e a dupla de ataque pode mudar.

O que não vai mudar é o fato de que Dunga encontrou o seu Dunga. Lúcio, zagueiro criado nas divisões de base do Inter, é um capitão rigorosamente criado à imagem e semelhança de seu técnico nos tempos de jogador.

Ontem, ele ergueu a sua primeira taça como capitão do Brasil. Marcou o gol da virada de 3 a 2 sobre os EUA, de cabeça, e chorou. Ali, no choro de Lúcio está tudo o que não tivemos em 2006, na Alemanha. Não se trata, já disse, de um título para ser lembrado eternamente. Ao contrário: amanhã ou depois o esqueceremos. Mas para o capitão do Brasil era importante apenas por ser uma conquista verde-amarela.

Lúcio é o craque da Seleção Brasileira de Dunga

Ele é o símbolo do conceito que Dunga impregnou na Seleção. Os jogos serão sempre assim, como o de ontem. Não haverá superioridade acachapante, de atacar com autoridade empurrando o adversário para trás. Se for Argentina, África do Sul ou Paraguai, o princípio é o mesmo. Primeiro se defender, depois ir à frente com cautela. Dependendo do inimigo a ser batido é até um exagero esta lógica. Mas foi deste jeito que Dunga recuperou a auto-estima da Seleção. E é deste jeito, sem show, balãozinho ou pedalada que ele está vencendo. Podem anotar: na Copa, a Seleção será um time à imagem e semelhança de Lúcio. Ou, talvez, de Dunga. Dá no mesmo. Por que Lúcio é o Dunga do Dunga.

Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.

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