| 12/06/2009 06h10min
Ídolo do Inter na década de 1970, Paulo Cezar Carpegiani será adversário neste domingo, às 18h30min, no Beira-Rio. No comando do perigoso Vitória, terceiro colocado no Brasileirão, o técnico e ex-jogador chega a Porto Alegre nesta sexta-feira ambicionando vencer o líder. No entanto, não esconde a relação especial que tem com o ex-clube. Seu auxiliar técnico é outro conhecido da torcida gaúcha: Julinho Camargo, treinador das categorias de base do Grêmio durante anos.
Em entrevista por telefone, Carpegiani se diz eternamente grato ao Inter, projeta o difícil jogo deste fim de semana e fala sobre as pretensões do jovem time do Vitória, ainda lamentando a derrota de virada para o Palmeiras, no Parque Antárctica. Confira trechos da entrevista:
ZH — Você prefere enfrentar times que poupam titulares, como o Inter fará domingo?
Carpegiani — Não tenho preferência. Eu vejo aqui pelo meu time de baixo, que faz
guerra em todo treinamento, com os jogadores querendo me
mostrar que podem ser titulares. O Inter não tem ganhado de todo mundo com time misto? Eles vão poupar quatro ou cinco jogadores. Eu também não tenho quatro titulares, e os meus desfalques pesam mais que os do Inter, que tem um elenco muito bom. Não é o nosso caso, estou com uma garotada aqui, muitos meninos que estão recém subindo do júnior.
ZH — O Inter é mesmo uma das melhores equipes do Brasil?
Carpegiani — É difícil dizer isso. Sempre que se anuncia qualquer competição, o Inter é favorito. Teve o privilégio de terminar mais cedo o campeonato gaúcho, ganhando umas duas semanas de preparação. E dentro da sua casa, é sempre um adversário muito difícil, pela sua torcida.
ZH — Sua ligação com o Inter é muito forte. Recentemente, muitos analistas e torcedores incluíram o seu nome na seleção do centenário. Como é voltar ao Beira-Rio como adversário?
Carpegiani — Já fui
inúmeras vezes aí, com diversos times. Em 2007, tive minha única derrota,
pelo Corinthians, 3 a 0. Para mim sempre é uma honra pisar no Beira-Rio. É a minha casa, onde aprendi a jogar futebol. Sou eternamente grato ao Inter e à torcida do Inter. Profissionalmente temos um confronto, e a torcida vai entender bem isso. São ossos do ofício, nós vamos querer vencer o jogo.
ZH — Quais são os pontos mais fortes do Inter, com os quais o Vitória terá de se preocupar?
Carpegiani — É um todo. Quando joga em casa está sempre motivado pelo seu torcedor, e sabemos que contra time grande é sempre assim. Enfrentamos o Palmeiras semana passada e deixamos de fazer os três pontos injustamente. A gente sabe o que é jogar contra um grande time, com torcida, com pressão. Nossa equipe é muito jovem e só vai amadurecer jogando contra grandes equipes. No futebol não tem muito o que fazer, na hora do jogo tem que jogar e tentar vencer, onde quer que seja. É o que eu prego aos meus jogadores. Às vezes dá
certo, às vezes não dá. Contra o Palmeiras, foi o
crime do ano. E enfrentar o Inter é sempre muito difícil.
Zero Hora — Os desfalques serão um grande problema?
Paulo Cezar Carpegiani — Eu confio no grupo, independente de quem vai jogar. Estamos em um melhor nível físico, o que foi nossa dificuldade no começo do campeonato. Choveu muito aqui nas semanas antes do início do campeonato e entramos desnivelados no Brasileiro, mas agora o nível está melhor. Estamos sem nosso artilheiro (o atacante Neto Baiano, suspenso), mas para mim quem jogar é titular. Confio no grupo.
ZH — Quais são as reais pretensões do Vitória no Brasileirão?
Carpegiani — O campeonato é muito nivelado. Para ter uma ideia da dificuldade que estamos enfrentando, esta será a nossa sexta partida, e já será a quarta fora de casa. Pegamos um calendário muito difícil. Jogamos contra as equipes melhor
preparadas, que estão disputando a Libertadores. E agora que passou essa série de Sport, Grêmio,
São Paulo, Palmeiras, vem um Inter! Então é muito cedo para falar nisso.
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