| 11/06/2009 07h53min
A polícia prendeu neste anos em Santa Catarina 506 pessoas por tráfico de crack. Os dados referentes até o mês de maio são da Secretaria de Segurança Pública e Defesa do Cidadão e expõem a escalada da presença da droga nos municípios catarinenses.
Em 2008, 1.033 pessoas foram presas por comercializarem o crack no Estado, índice 37,5% superior em relação às prisões feitas em 2007. Para as autoridades, a estatística também revela o combate pelas polícias a este tipo de atividade, considerada a grande alavanca de crimes como furtos, roubos e assassinatos em Santa Catarina.
Nos últimos dois anos e meio, a Secretaria de Segurança Pública revela que 4,2 mil pessoas tiveram algum tipo de envolvimento com o crack e foram parar na delegacia, seja por tráfico ou por consumo. Isso representa uma média de cinco pessoas detidas por dia no Estado.
Um dos casos mais recentes envolveu a prisão de pais de uma menina de 10 anos. Eles foram presos no dia 25 de
maio, em Chapecó, no Oeste, por colocarem
18 pedras de crack na calcinha da filha. A menina prestou depoimento e afirmou que escondeu a droga com medo de que os pais fossem presos. Ela foi encaminhada ao Conselho Tutelar, e os pais ao Presídio Regional. Eles deverão responder por crime de tráfico de drogas, que prevê pena entre cinco e 15 anos de reclusão.
Em Florianópolis, os traficantes comercializam a pedra entre R$ 5 a R$ 20, dependendo do tamanho. Há morros que não aceitam a presença da pedra, segundo o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Newton Ramlow.
Para o oficial da PM, em bocas-de-fumo nos morros da Costeira e do 25, na Capital, por exemplo, o crack não entraria porque os traficantes acreditam que perdem o viciado mais rápido – a chance de morte no envolvimento com o crack é considerada maior em relação à maconha e à cocaína.
O usuário do crack, além dos efeitos destrutivos, está sujeito às penalidades impostas pela “lei do tráfico”. Entre policiais,
comenta-se que a penalidade a usuários
que fazem e não honram as dívidas com traficantes de crack costuma ser violenta e cruel. O principal motivo é que esses traficantes geralmente também são consumidores e, ao cometerem os crimes, estão sob os efeitos da droga.
Quadrilhas estão mais organizadas
Um fenômeno constatado no Estado pela Polícia Federal (PF) é que a estrutura do tráfico de crack começa aos poucos a ser semelhante à hierarquia e à organização típica de grandes quadrilhas.
Os principais responsáveis por bocas-de- fumo e distribuição ainda são pequenos traficantes, mas já há exceções, conforme revelou a Operação Alvorada da PF, desencadeada no dia 6 de maio deste ano em Santa Catarina (Balneário Camboriú e Itajaí), São Paulo (SP) e Mato Grosso do Sul (Ponta Porã).
– Normalmente, o tráfico de crack está ligado a pequenos traficantes. Mas a Operação Alvorada demonstrou esse fenômeno de que também começa a ser dimensionado aos negócios de
grandes quadrilhas – avalia o delegado Guilherme Mattos, chefe da
Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Superintendência da PF em Santa Catarina.
Na Alvorada, 15 pessoas foram presas no Estado. A Polícia Federal apreendeu 3,7 quilos de crack e R$ 80 mil em dinheiro. A PF estimou que a quadrilha negociava até 200 quilos de cocaína e crack por mês. Os seus integrantes tinham contas bancárias para lavar dinheiro,. Também foi constatado que havia funções e cargos de poder entre o próprio bando.
Os sinais de alerta
Oito pistas de que seu filho pode estar envolvido com a droga:
1) Baixa no rendimento escolar
2) Aumento repentino de gastos. O jovem ou adolescente pede cada vez mais dinheiro, justificando diferentes motivos
3) Troca do círculo de amizades
4) Agressividade e irritabilidade
5) Emagrecimento acentuado e descaso com cuidados básicos de higiene
6) Usuários de crack podem perder mais de 10 quilos
em um mês
7) Sono e troca do dia pela noite
8) Sumiço de objetos de valor da casa
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