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 | 28/04/2009 05h10min

Ruy Carlos Ostermann: Futebol, outra vez

Quase 10 dias depois, o futebol volta para Porto Alegre esta noite, no Olímpico, o Grêmio contra o contraditório Boyacá, da Colômbia, que ganhou do Cúcuta, domingo, por 4 a 0. Na medida em que esses nomes estranhos passaram a representar o principal futebol colombiano perdeu-se uma referência e, de certa forma, algum tipo de crédito. Antes de ser o adversário indispensável do Grêmio trata-se do Boyacá. A nossa tradição de nomes referenciais é outra, tanto se marcou a derrota do Inter para o União porque de Rondonópolis. Os nomes são credenciais, por mais que se saiba e soe favoravelmente qualquer consideração sobre a profundidade semântica do adversário, é bom ter cuidado.

Faz tempo que o time de Marcelo Rospide não entra em campo. Maxi López e Jonas são os dois titulares. Mas a grande notícia é que volta Ruy para ser ala e lateral, protegendo assim o único ponto vulnerável, porque é a única função que exige improvisação, se ele não estivesse voltando. No mais é o bom time do Grêmio, convencido de que pode seguir em frente e obter à noite um primeiro título na Libertadores: ser o melhor de todos com uma vitória.

O time vai ressurgir dos treinos e das palestras.

Julgar

O ângulo da TV, sempre tão solícito e esclarecedor, mais do que o olho do árbitro, mais do que o do comentarista e do telespectador, dessa vez só maximiza o erro de Carlos Simon na marcação do pênalti e não permite um segundo julgamento sobre esse erro. A câmera que pudesse alinhar o zagueiro, que não fez falta, o atacante, que caiu sozinho, e a bola que ficou entre eles, e a posição de Simon, eu ao menos, pobre mortal, não pude ver. Só mesmo a superposição dessas figuras em movimento poderia justificar o erro de Simon. Ele teria, assim, concluído que o zagueiro fez a falta porque os indícios são traiçoeiros. Mas também me pergunto pelo auxiliar daquela diagonal. Ele nada registrou, também “viu” o lance faltoso, também deu pênalti.

Não faço parte do seleto grupo dos que acham Simon um mau juiz. Pelo contrário. E o que estou considerando faz parte do meu ofício de entender, não apenas de julgar.

Possibilidade

A vitória do Ypiranga sobre o Caxias em Erechim é uma saudação ao trabalho do clube e de seu técnico, o Tonho, com seus jogadores. O time já agradara aos observadores quando do famoso Gre-Nal do Colosso da Lagoa. Jogava na véspera. Com jogadores medianos, Tonho conseguiu armar um time de trabalho coletivo e resultados. Campeão do Interior é o segundo título estadual, logo abaixo do Inter. Erechim, que sempre foi uma referência, readquire agora uma possibilidade de afirmação: a difícil, mas possível passagem para a Copa do Brasil. Basta que Inter ou Grêmio, ou dois, sejam quarto ou quinto no Brasileirão porque assim irão para a Libertadores e a vaga vai para Erechim.

Salimen

Ontem fomos abraçar Salimen Jr. no Plaza São Rafael, herói reconhecido de uma biografia suficientemente ilustrada com fotos preciosas de inesquecíveis episódios de sua carreira de radialista, publicitário, animador de programas de auditório, narrador de futebol (talvez tenha sido o mais contido e revelador que a TV já teve), ator de radionovelas, líder sereno e competente de rádio e tevê, foi quem implantou a imagem a cores na Difusora. A biografia escrita pela Carla Santos reabilita pormenorizadamente um desses nomes que não se pode nunca esquecer.

Comum

A unanimidade mundial que festeja Ronaldo depois dos gols é o seu maior triunfo, mas só ele pode dizer que tudo é comum e do futebol.

ZERO HORA
 

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