| 19/04/2009 19h31min
Sempre comedido em suas entrevistas, Tite deixou a modéstia um pouco de lado, após a conquista do título gaúcho. Se disse orgulhoso de ser tricampeão gaúcho por três clubes diferentes (Caxias em 2000, Grêmio em 2001 e Inter em 2009) e lembrou ainda um quarto título.
– Tenho também um com o Veranópolis, da segunda divisão. Me orgulho sim, não tenho hipocrisia. Vou para casa feliz e orgulhoso – sorri.
Assista aos gols de Inter 8x1 Caxias
Na entrevista coletiva, o técnico elogiou os jogadores e mostrou confiança no seu time para a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro.
– Vejo a equipe muito forte na marcação. Se tornou agressiva porque gosta de jogar. Dá para ser eficiente e jogar bonito. Precisa melhorar, mas a atuação do primeiro tempo de hoje é para botar num quadro e guardar para sempre. Muitas jogadas, infiltrações muito rápidas dos homens de trás... Está no nível dos dois ou três melhores, sim. É uma das equipes que está jogando o melhor futebol no Brasil – reconheceu.
No entanto, o técnico garante que a equipe ainda não está pronta.
– Não, está em um processo de evolução. Tem que ter essa mentalidade. Sempre há algo para melhorar. É preciso a exigência de um algo mais.
Tite exaltou a "mentalidade vencedora" do grupo e o "staff de trabalho extraordinário" do clube, ou seja, o suporte de pessoal dado pela diretoria. Mas se permitiu fugir do politicamente correto ao comentar o fato de o clube ter proibido comemorações oficiais pelo título, em função do jogo de quarta-feira contra o Guarani, pela Copa do Brasil.
– Agora vou para casa com a família. Sou italiano, mas vou tomar uma caipirinha desse tamanho – disse, arrancando risos dos repórteres.
Tite defendeu a
permanência, "para o bem do Inter", do zagueiro e lateral Bolívar,
cujo contrato acaba na metade do ano. Disse ainda que o clube precisa contratar e elevar o nível técnico do grupo de jogadores, porque "a essência do futebol é a qualidade do atleta". Segundo ele, os técnicos são valorizados demais no Brasil.
Após receber o carinho da mulher e da mãe ainda no campo, o técnico comentou a importância da família e da fé no seu trabalho:
– A gente tem que ter muito cuidado para falar a respeito de fé, para não achar que Deus vai resolver as coisas por nós. Me orgulho da minha fé, mas se não tiver trabalho não adianta nada. Deus é para todos, só acho que ele vai ficar muito bravo se der algum potencial para nós e nós não desenvolvermos. Tem a força familiar, que sempre me acompanhou. Isto está até acima do clube – observou o comandante colorado.
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