| 01/06/2008 17h28min
Quando Miguel, um ano e sete meses, entrar no gramado de um campo de futebol antes de uma partida e de mãos dadas com o pai, o zagueiro Wescley Gonçalves, do Criciúma, terá mostrado que é um vencedor. O menino foi vítima, há um ano, em Caxias do Sul, de um tiro na nuca durante um assalto e ainda se recupera do ferimento.
— Foi um baque para nós, mas não temos mais neurose com o que aconteceu. O começo foi mais pesado, pela série de sessões de fisioterapia e a expectativa em ver o Miguel curado — revelou Fernanda, 21, mulher de Wescley.
Morando em Criciúma há quatro meses, Wescley, Fernanda e Miguel freqüentam restaurantes à noite e passeiam no shopping. Cada um tem a sua rotina: enquanto Wescley treina no Estádio Heriberto Hülse, Miguel vai à escolinha e Fernanda cuida da casa.
Para a família, que acompanha o julgamento dos acusados do crime, o assunto não é mais um tabu, talvez pelo fato de o menino não ter ficado com graves lesões. Com
freqüência, o delegado que cuida do caso em
Caxias, Joigler Paduano, entra em contato com Wescley para saber de Miguel. A cada seis meses, a criança refaz o exame de corpo de delito, pois o resultado pode influenciar na pena, caso os acusados sejam condenados.
O incidente ocorreu quando o jogador, a mulher e o filho estavam no carro de amigos, outros dois jogadores de futebol. Eles foram abordados por dois assaltantes. Um deles atirou, acertando a nuca de Miguel, na época com apenas sete meses. O menino permaneceu internado por 32 dias, 20 na unidade de tratamento intensivo (UTI).
— Eu precisava ir aos treinos no Juventude e, antes de sair, conversava com o Miguel, mesmo sem ele poder me responder de alguma forma. Dizia que ele sairia daquela situação, mas o Miguel não abria os olhos — lembrou o zagueiro.
Vida inteira pela frente
A recuperação do menino é considerada uma vitória. Miguel não tem controle da força no braço esquerdo e ainda faz
fisioterapia para recuperar os movimentos também na mão esquerda.
Mas para a gravidade do ferimento, Wescley considera que o filho evolui rapidamente. Antes do tiro, o menino começava a ficar em pé sozinho, era mais ativo.
— Após o acidente, o Miguel não conseguia deixar o pescoço firme. Agora está reaprendendo tudo. É estimulado na escolinha e nós em casa brincamos o tempo todo.
Wescley fez falta
Na sexta-feira, o zagueiro não atuou na derrota do Criciúma para o CRB por 1 a 0, pela Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. Está machucado e deve estar à disposição para o jogo contra o Bahia, em casa.
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