| 11/05/2008 14h47min
O Brasil encerrou sua participação no Campeonato Pan-americano de judô, em Miami, com o salto de 15 medalhas conquistadas. A equipe nacional garantiu sete ouros, seis pratas e dois bronzes na competição, última a pontuar para o ranking pan-americano, que também serve para classificação olímpica. Além de confirmar 13 categorias classificadas para Pequim, o evento comprovou a qualidade da nova geração.
Mayra Aguiar, 16 anos, Victor Penalber, 17, e Eduardo Santos, 24 anos, foram alguns dos campeões brasileiros no evento.
– Os resultados desses atletas vindos das categorias de base é uma bela recompensa a todo o investimento feito pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Eles estão se destacando já em 2008 mas, sem dúvida, terão um brilho ainda maior em 2012, 2016... – comemora o presidente da CBJ, Paulo Wanderley Teixeira.
Estreando como titular no médio, Eduardo Santos defendeu bem a tradição do país na categoria. Além do título, foi escolhido para a seleção do campeonato.
Penalber, reserva de Leandro Guilheiro no peso leve, lembra o longo caminho percorrido até conquistar um espaço na seleção. Há quatro anos, ele ainda era pré-juvenil, pesava 53kg e viajou 400km para treinar com a equipe olímpica.
– Eu era o sparring da Daniela Polzin e da Fabiane Hukuda. Mal imaginava que tudo isso poderia acontecer comigo – Penalber ganhou 20 quilos e volta de Miami com a medalha de ouro no pescoço, passo importante na preparação para o Mundial Júnior, em outubro deste ano, na Tailândia.
Para o judoca, a experiência de conviver com os titulares tem sido incrível.
– O bom de estar perto de atletas como o João (Derly), o Tiago (Camilo) e o Luciano (Correa), que são campeões mundiais, é ver que eles são de carne e osso como eu. Que treinam como eu. Isso mostra que é possível chegar lá também. Eles me ajudam com prazer sempre.
Luna foi para a competição com uma grande responsabilidade, substituir o campeão mundial Tiago Camilo e seu reserva o medalhista olímpico Flávio Canto na categoria meio-médio e não fez feio, conquistando o ouro.
– A responsabilidade de substituir os dois me inspira – resume o titular da equipe Sub-23.
No feminino, a médio Mayra Aguiar também vai ao Mundial Júnior deste ano, assim como Sarah Menezes, no ligeiro. Mayra é a caçula da seleção olímpica, mas provou que idade não é documento.
– Ainda sou uma adolescente, mas sei exatamente o que quero. Se hoje me privo de coisas que as meninas da minha idade fazem é porque aposto na minha carreira no judô.
Érika Miranda, companheira de Mayra no Mundial Júnior de 2006 (bem como Ketleyn Quadros, outra integrante da equipe olímpica 2008), também achava que Jogos Olímpicos eram um sonho distante.
– Eu sonhava com as Olimpíadas e um dia acordei na seleção brasileira – afirma Érika, quinta colocada no Mundial Sênior 2007.
Para a técnica da seleção brasileira, Rosicléia Campos, o sucesso dos jovens atletas do Brasil está longe de ser surpresa.
– Isso tudo é fruto do pensamento da CBJ em investir nas categorias de base.
O coordenador técnico da Confederação, Ney Wilson, concorda.
– Esse pensamento de mesclar a equipe sênior com judocas mais jovens, seja em treinamentos ou em competições, é uma das tônicas de nosso trabalho. Isso visa a dar mais experiência a esses jovens e diminuir a diferença que antes era observada entre o titular da seleção brasileira e a geração seguinte.
Em Miami, além dos títulos por equipe, o Brasil foi ouro com Victor Penalber (-73kg), Guilherme Luna (-81kg), Eduardo Santos (-90kg), Walter Santos (+100kg), Mayra Aguiar (-70kg); prata com Walter Santos (absoluto masculino), Daniela Polzin (-48kg), Érika Miranda (-52kg), Danielli Yuri (-63kg), Edinanci Silva (-78kg) e Priscila Marques (absoluto feminino) e bronze com Leonardo Leite (-100kg) e Ketleyn Quadros (-57kg).
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