| 24/04/2008 16h41min
O governo da China reconheceu nesta quinta-feira implicitamente a modificação de sua política de emissão de vistos por conta dos Jogos Olímpicos de Pequim, com início previsto para 8 de agosto.
– O procedimento está de acordo com a lei e as recentes edições dos Jogos Olímpicos e competições internacionais – afirmou a porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Jiang Yu.
– Não temos certeza de quantos estrangeiros virão, mas lhes daremos as boas-vindas e tornaremos sua estadia agradável – disse a porta-voz ao responder perguntas sobre a restrição a vistos de um mês e entrada única, de 27 de março até 17 de outubro.
Sem mudar a lei e alegando necessidade de segurança para os Jogos, o Escritório de Segurança Pública iniciou a limitação de vistos para o país, que deve receber cerca de 1,5 milhão de visitantes por conta do evento.
Alguns estudantes estrangeiros que fazem cursos curtos de mandarim comemoram o fim da obrigação de sair da China para renovar o visto, mas a medida não é bem vista na comunidade empresarial.
As câmaras de comércio da Europa e dos Estados Unidos vêm sofrendo com as medidas, pois seus funcionários precisarão renovar os vistos de trabalho.
Segundo o presidente da câmara norte-americana, Richard Vuylsteke, é difícil prever as conseqüências desta restrição à circulação de pessoas.
Diplomatas ocidentais disseram que, como a lei não mudou – conforme as autoridades insistem em explicar – é muito difícil aplicar a reciprocidade aos vistos dos chineses.
Pequim alega que o procedimento é necessário para garantir a segurança durante os Jogos Olímpicos, que começam no dia 8 de agosto. Até mesmo os cidadãos de Cingapura, que podiam ficar 15 dias na China sem visto, serão afetados pela mudança.
Fontes da embaixada do Japão, que tinham o mesmo privilégio de Cingapura, garantiram que a regra não mudará para eles, o que foi representado como um gesto pela visita programada do presidente da China, Hu Jintao, a Tóquio.
Aparentemente, para entrar na China durante os Jogos também será necessário mostrar comprovantes de ingressos para o evento. A solicitação será feita diante da conturbada passagem da tocha olímpica por Paris, Londres e San Francisco.
A região do Tibete, para a qual é necessária outra permissão especial concedida pelo governo da China, além do visto, segue fechada para o turismo desde a onda de violência que atingiu a capital da região, Llasa, no último dia 14 de março.
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