| 08/04/2008 04h02min
Pressionada pela eliminação no Gauchão e sob a ameaça de ver o primeiro semestre se encerrar quarta-feira, caso o time caia também na Copa do Brasil, a direção do Grêmio decidiu agir.
A primeira providência foi passar segurança a Celso Roth, vaiado por parte dos torcedores que assistiram à derrota para o Juventude, domingo. Apesar de admitir que o técnico havia "mexido" demais no time, o presidente Paulo Odone deu-lhe a garantia, durante reunião no início da tarde, de que não cederia às pressões.
Odone comparou o momento atual ao vivido em 2005, no início da Série B, quando foi pressionado a demitir Mano Menezes após a derrota por 4 a 0 para a Anapolina.
— Não sou cartola de explicar resultados demitindo treinador. Não me apavoro mais, estou calejado — enfatizou o dirigente, com ar grave.
"Blindar" o vestiário foi a medida seguinte. Reunido no vestiário com os jogadores, o diretor de futebol, Paulo Pelaipe, tratou de garantir
que todos seguem prestigiados.
— A direção
nos passou que confia no grupo — disse o zagueiro Pereira.
Mais tarde, sob o argumento da preservação dos jogadores visados pelas críticas, apenas os mais experientes foram escalados para as entrevistas de ontem.
— Colocar o Nunes a falar seria massacrá-lo. É um ser humano — argumentou o diretor de futebol, Paulo Pelaipe.
A medida também vale para hoje. O treino será com portões fechados, para evitar qualquer manifestação de torcedores. É possível, também, que apenas Celso Roth fale.
Também criticado, Pelaipe disse que é direito dos torcedores protestar. Mas descartou sair.
— Não sou covarde, não faz parte do meu perfil. Mas o cargo é do presidente — afirmou.
Independentemente das medidas anunciadas para fortalecer o grupo, a direção age para reforçar o time. Ontem, Evandro Ferreira, o empresário do meia Hugo, esteve no Olímpico. Também foram lá os empresários Walter Cirne e Paulo Amorim.
Também ficou definido, embora não se admita publicamente, que
Eduardo Costa, Jonas e Tadeu, expulsos contra o Juventude, serão multados. Fontes ligadas à direção admitem que Eduardo Costa começa a sofrer contestações internas por reclamar demais durante os jogos.
Segundo Odone, os jogadores haviam sido alertados por Roth para que não aceitassem provocações, nem reclamassem da arbitragem.
Contradições do treinador
No treinamento fechado de sexta-feira, Celso Roth explicou por que não escalaria Roger como atacante.
— É uma opção que foi testada já contra o Caxias. Naquele momento, não foi muito legal. Mas é uma opção. Não para este jogo contra o Juventude. Até porque eu tenho opção de atacantes.
> Domingo, Roger atuou como atacante, ao lado de Perea.
Também na sexta-feira, Roth praticamente havia descartado a escalação de Julio dos Santos:
— Ele tem
muita consistência técnica, mas tem que melhorar a mecânica. Ele sabe disso, já está melhorando, com o passar do
tempo e adaptação ao Grêmio ele tende a melhorar.
> Domingo, Julio dos Santos começou o jogo.
A explicação de Roth para sua preferência por Nunes:
— Não existe o jogador imprescindível, existe o jogador que rende. Ele (Nunes) é um volante com características de volante. Defende muito bem, não sai muito para o jogo, tem até dificuldades técnicas e por isso é cobrado muito publicamente, principalmente por vocês (jornalistas). Mas, taticamente, funciona muito bem. Dá o balanço, o equilíbrio para o Eduardo Costa.
Por que Júnior não joga? Roth justifica:
— Porque é parecido com Eduardo, não é primeiro volante. É complicado usar os dois juntos. Eles gostam de sair para o jogo, têm qualidade técnica e certa lentidão de movimentos.
Além de Roth, o diretor de futebol Paulo Pelaipe (D) também também passou a ser criticado
Foto:
Jefferson Botega
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