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 | 01/03/2008 17h28min

Claiton, ex-Inter: Eu sou de primeira linha

Volante do Consadole Sapporo, do Japão, diz que está realizado no futebol

Ele acaba de comprar uma academia na Praça da Encol, em Porto Alegre, mora numa casa com piscina na Zona Sul e anda de caminhonete Hammer branca. Vendido pelo Atlético-PR para o Consadole Sapporo, do Japão, onde já atuou em 2005, no Nagoya, Claiton, de 30 anos, para muitos apenas um volante que erra passes e desarma com faltas, está realizado. Fala até francês, fruto dos tempos no Servette, da Suíça. De passagem por Porto Alegre, Claiton, ex-Inter, conversou com ZH sobre críticas, realização financeira e futuro.

Zero Hora - Você sempre foi muito criticado, chamado até de tosco. Isso te incomoda?

Claiton - Sou um jogador realizado. Tinha dois sonhos. Ser titular do Inter, onde cheguei com oito anos, e jogar só em clubes grandes. Fui capitão no Flamengo, no Botafogo, no Santos, no Atlético-PR. Trabalhei com técnicos de ponta: Wanderley Luxemburgo, Muricy Ramalho, Paulo Autuori, Leão. Fui titular com todos eles. Respeito a imprensa, mas nunca dei bola para isso.

ZH - Você entende que evoluiu desde a saída do Inter?

Claiton - Peguei uma época muito ruim do Inter financeiramente, com times teoricamente inferiores aos de agora. Hoje tenho mais experiência, sei a hora certa de ir à frente. Me considero um dos jogadores de primeira linha do futebol brasileiro na minha posição. Do contrário, não seria titular de tanto time grande.

ZH - Por que você saiu do Inter?

Claiton - A proposta do Santos, em 2004, era muito boa. Mas teve outros motivos. Mesmo lutando e ajudando, eu tinha que provar a cada jogo no Inter. Achei melhor sair.

ZH - Você pretende jogar até que idade?

Claiton - Tive sorte, pois nunca machuquei o joelho ou tive lesão muscular grave. Isso ajuda muito.

ZH - Mas até quando?

Claiton - A primeira meta é ir até os 35 anos. Esta é barbada. Depois, só vendo. Não quero passar vergonha.

ZH - E a parte financeira?

Claiton - Vim de família humilde. Eu sustento todo mundo: pai, mãe, tios, parentes, os amigos dos parentes. Sabe como é... Tenho um filho de seis anos para criar, o Claiton Júnior. Tenho que correr atrás.

ZH - Mas está realizado ou não?

Claiton - Ah, sim. Meu pai mora em uma casa de primeira, eu mesmo estou em uma grande, com piscina, na Zona Sul, como sempre sonhei. Tenho também meus carros. Mas a gente não pode se acomodar. Quem pára, morre.

ZH - E o Eduardo Costa? Já falou com ele depois da briga do ano passado, contra o Grêmio, na Baixada?

Claiton - Não. Mas não guardo mágoa.

ZERO HORA
Mauro Vieira / 

Clainton treina em sua recém comprada academia em Porto Alegre
Foto:  Mauro Vieira


 

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