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 | 29/10/2007 06h35min

Ruy Carlos Ostermann: Fazia Tempo

Fazia tempo, tanto que nem me lembro, que um jogo de campeonato, aqui, no caso no Olímpico, exposto a todas as necessidades de uma vitória, que só ela poderia servir como consolo, terminasse dramaticamente num 4 a 3 por todas as razões justo e merecido por ambas as partes. Fazia tanto tempo que o torcedor se beliscava metaforicamente para assegurar que fora isso mesmo, uma vitória de quatro gols contra três.

Há jogos que se soltam, ficam com escores elevados e precisam ser considerados como surpreendentes. Não foi o caso, a única coisa que houve em Grêmio x Náutico foi ser muito previsível depois do gol inicial do visitante. O time de Mano Menezes, depois de uma semana de reconsiderações, havia de reagir de um modo ou de outro. E não se poderia pensar menos do que faria o Náutico: se proteger, jogar às costas, resistir com a vantagem, para tanto já tinha mostrado virtudes coletivas e pessoais.

O Náutico vinha de uma campanha de campeão, se não tivesse sido desestabilizado por um turno inteiro de infortúnios, erros e desastres de campo. Mas deu logo prova de como se reabilitou. É um time sólido, bem estruturado, veloz na saída e resistente na chegada, e tem um atacante, Beto Acosta, que só merece elogios. Joga e faz jogar, é alto, inteligente e muito técnico, foi a grande dificuldade dos zagueiros gremistas: saber por onde ele entraria. O Grêmio poderia ter livrado uma vantagem no primeiro tempo que, com certeza, lhe asseguraria o que não teve: um pouco de calma para encaminhar o jogo. Estava 3 a 1, mas Acosta fez um segundo gol, de contragolpe que a TV não permitiu confirmar se estava ou não impedido.

A vitória, com afirmação de jogadas fortes, bola alta bem aproveitada e uma corajosa alteração do time em busca do resultado - Marcel, que ficou para sair Tuta, fez dois gols, Luciano fez a passagem pelo lado direito como substituto de Bustos, que passou para a esquerda - , nada de muito grande, quase escasso, mas, enfim, suficiente. O Grêmio avançou para a Libertadores, era o que mais precisava.

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