Esportes | 29/10/2011 18h04min
Cedo da manhã do domingo do jogo contra o Corinthians, o técnico Dorival Júnior, de chinelo e calção, apareceu na Casa de Carnes Moacir, na Rua Silveiro. Comprou o pão do café e os bifes de alcatras do almoço. Falou com o atendente Arilton dos Santos, que o inquiriu: - Vamos ganhar hoje, seu Dorival? - Pode deixar, a gente vai fazer força - respondeu ele.
Café tomado, o técnico foi caminhar no parque Marinha do Brasil. Apertou o passo durante uma hora, os ambulantes começavam a se instalar à espera do grande jogo. Passou o restante da manhã em casa. Deu atenção à sua mulher, Valéria, que viera de Florianópolis. E ao amigo Jaci Kretzer, torcedor do Figueirense que passara o fim de semana em Porto Alegre. Só ao meio-dia Dorival se juntou à concentração do Inter.
A vida do técnico em Porto Alegre tem sido assim, no bairro Menino Deus, entorno do Estádio dos Eucaliptos, onde reside. É um morador de hábitos simples, atencioso diante dos torcedores e dos pedidos de autógrafos. Não puxa conversa, mas não nega assunto.
Arilton é quem mais puxa conversa. Dorival escolhe com ele ripas de chuleta para os seus churrascos:
— Ele conhece carne, tem gosto.
Aquele domingo, porém, não lhe foi muito agradável. O empate de última hora com o Corinthians tirou-lhe o ânimo. Em vez de sair para jantar, como estava combinado, ficou em casa e se reabilitou preparando um carreteiro com calabresa e uma ponta dos bifes de alcatra do almoço. Abriu um bom vinho tinto, dividido com o hóspede.
— Não é que o homem apresentou um carreteiro dos céus? — exultou Kretzer.
O filho Lucas Silvestre, de 23 anos, é quem regula as habilidades culinárias do pai no dia-a-dia. Lucas se cuida para não se render ao churrasco. Não quer capitular logo na primeira temporada como auxiliar de Dorival.
— É preciso resistir, churrasco só de vez em quando.
O preparador físico Celso de Resende é outro fiel vigilante contra os excessos das carnes. Quando Muricy trocou o Figueirense pelo Inter, em 2003, Dorival e Celso assumiram o time e estão juntos desde então.
Em oito anos, conquistaram 10 títulos, entre eles dois campeonatos catarinenses, uma Copa do Brasil e um campeonato paulista pelo Santos, um vice-campeonato paulista pelo São Caetano, o título da Série B pelo Vasco, e a Recopa com o Inter.
Em todo esse tempo, por afinidade, um trabalha em função do outro. Os treinos reduzidos privilegiam a parte aeróbica de Celso. E assim eles conseguem reverter a expectativa, segundo a qual seriam vítimas da severa imprensa gaúcha, como o precaviram quando do acerto com o Inter, no início de agosto. A realidade, porém, tem sido bem mais amena.
— Até aqui, está tudo bem — disse Dorival, ajudado pelos resultados.
Celso, Lucas, Dorival e Ivan Rizzo, o outro auxiliar, quando não estão em carreteiros e churrascos, assistem a jogos do Brasileirão, da Série B, da Europa e da Argentina. Dividem-se monitorando rodadas e elaboram informações que trocam entre si.
Discutem detalhes de relatórios sobre o atacante tal, que Lucas inclui em um software especializado.
Nessa hora, não há mesa lauta.
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