Esportes | 29/10/2011 16h45min
Talvez seja o domingo de vaia mais retumbante em 57 anos de vida do Olímpico. Todas endereçadas para Ronaldinho. Que, garante quem conviveu ou jogou com o craque, ele mal ouvirá. Ronaldinho é apontado como um sujeito alheio ao seu redor. Pisará diante de 45 mil gremistas de dentes rilhados como se estivesse passeando no calçadão de Ipanema.
— Essa mobilização para vaiar só vai fortalecê-lo. O Ronaldinho é muito tranquilo, vive a vida dele. O negócio do Ronaldo é jogar futebol — atesta o pentacampeão Cafu.
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Cafu conviveu com Ronaldinho em partidas de alta tensão. Como o 2 a 1 contra a Inglaterra, nas quartas de final da Copa de 2002, a final com a Alemanha e a derrota para a França na Copa de 2006. Garante nunca ter visto o gaúcho se abalar. Nem mesmo quando o mundo prendia os olhos nele, à espera de que confirmasse como astro da Copa da Alemanha.
Ronaldinho é mesmo um sujeito desligado. Para ele, parece ser indiferente pegar o Resende pelo carioca ou decidir a Liga dos Campeões pelo Barcelona. O preparador físico Paulo Paixão conhece o meia há mais de uma década. Quando Paixão voltou ao Olímpico, em 2000, viu Ronaldinho subir os primeiros degraus que o levariam, quatro anos depois, ao título de melhor jogador do mundo pela Fifa – que repetiria no ano seguinte. Paixão acompanhou sua saída conturbada do Olímpico em 2001. Ronaldinho não se abalou nem mesmo quando a torcida atirou moedas nele, na despedida contra o Figueirense. Fez um gol e deu passe para o outro no 2 a 1.
Paixão até já imagina como será a chegada do craque ao Olímpico neste domingo. Dificilmente mudará o roteiro habitual. O preparador até se arrisca a detalhar os passos neste primeiro jogo na velha casa desde 2001:
— Ele está totalmente alheio a todo esse clima, “tá” nem aí, vai chegar no estádio com fonezinho no ouvido. Não se trata de desprezo à torcida, mas é que a cabeça do moleque funciona assim. Vai se preocupar só em jogar bola, indiferente à pressão.
A fixação em apenas jogar bola e ignorar o mundo à volta será a principal arma de Ronaldinho para passar incólume ao caldeirão preparado para ele no Olímpico. Ex-volante e atual técnico do Pelotas, Carlos Gavião dividiu concentração e meio-campo com o craque dos 14 aos 21 anos. Quando chegou ao Olímpico, vindo de Itaqui com 14 anos, Gavião entrou direto no time infantil. Ronaldinho já era incensado nesta época. Dois anos depois, os dois foram para a seleção sub-16. Ganharam o Mundial Sub-17 no Egito em 1997, subiram para o profissional do Grêmio em 1998, disputaram o Sul-Americano Sub-20 na Argentina e o Mundial na Nigéria. Só se separaram em 2001, quando Ronaldinho trocou o Olímpico por Paris.
— Acho que todo esse ambiente não vai influenciar o Ronaldo. Ele é um cara muito tranquilo e decidido em campo. O cara tranquilo consegue fazer tudo mais simples no jogo — observa Gavião.
O ambiente nervoso em torno da partida virou preocupação a mais no vestiário do Olímpico. Celso Roth teme que as vaias vitaminem ainda mais Ronaldinho. Roth foi chefe do meia no Grêmio entre 1998 e 2000. Fala com autoridade. Sabe o que ele é capaz de fazer contra um estádio lotado.
— Todo o profissional pressionado fica mais atento e participativo. Esta pressão toda vai chamar ainda mais a atenção do Ronaldinho no jogo — alerta o técnico.
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