A imagem de treinador de difícil trato com certos jogadores, mantida por Celso Roth desde o início da carreira, ficou reforçada com o episódio Miralles. Douglas Costa e Chiquinho são outros exemplos de atletas que não caíram no agrado do técnico. Roth contra-argumenta. E pede que também sejam lembrados os episódios positivos de sua carreira.

Contrariado com a sequência de perguntas sobre Miralles, ontem o técnico enumerou uma lista de jogadores cuja carreira ajudou a construir. Na relação, incluiu Ronaldinho, mesmo que, nos primeiros meses sob seu comando, o meia fosse reserva. Foi sua resposta ao ser perguntado sobre as dificuldades de convivência com Douglas Costa, Chiquinho e Miralles.

— Meu histórico é o Lúcio, que lancei no Inter com 18 anos, Robinho, Diego, Ronaldinho Gaúcho, Fabiano (ex-atacante do Inter). E assim vai. Tenho vários históricos, você citou três casos, eu cito 20 jogadores — rebateu.

Roth lembra que tomadas de decisão em favor de um ou outro jogador fazem parte da profissão de treinador. Assim, diz não ver razão para que a falta de maiores oportunidades seja motivo de tanto debate. Conforme o técnico, está sendo importância excessiva a um caso "já encerrado".

— É o meu método de trabalho. Exponho de início para todos os jogadores e comissão técnica. Essa é a nossa maneira de trabalhar. E felizmente, até agora, eu tenho me dado bem — ressalta.

> Confira os atritos de Roth com jogadores:

_No Grêmio

Ronaldinho — O país inteiro já enxergava Ronaldinho como craque. Roth, no entanto, fazia restrições ao jogador, de quem cobrava mais marcação. Nas partidas, sua opção era pelo discreto Itaqui. Ronaldinho só seria fixado como titular pelo técnico em abril de 1999, após boa participação no jogo decisivo da Copa Sul, contra o Paraná, em Curitiba.



Douglas Costa — O meia do Shakhtar Donetsk sofria com o técnico. Dia 1º de abril de 2009, durante treinamento no gramado suplementar, Roth foi duro na cobrança ao meia, então com 18 anos.

— Você está fisicamente aqui, mas parece que não está interessado. A cabeça não está aqui. Você acha que sabe tudo, mas não sabe m... nenhuma — esbravejou Roth.


Miralles — O atacante argentino está longe de ser uma alternativa para Roth. O problema, diz o técnico, está na falta de empenho nos treinamentos.

— O grande detalhe é a participação dele em todos os treinos. Ele precisa ter uma participação melhor. Eu tenho que enxergá-lo nos treinamentos. Às vezes, não enxergo. Ele está, mas não está — observa Roth.

_No Inter

Chiquinho — Prestigiado pelos torcedores, o lateral Chiquinho não contava com a simpatia do técnico. Em 2002, durante um jogo em que o Inter era derrotado, Roth manda o jogador entrar a poucos minutos do encerramento. Sua frase diz bem como era a relação: "tu que é o xodozinho da torcida, vai lá e resolve". Nos treinos, também ironizava o jogador, ao gritar seu nome quando ele se preparava para bater faltas.


Ilan — Trazido em agosto de 2010 do West Ham, da Inglaterra, o centroavante Ilan não caiu no gosto de Roth. Até ser dispensado, em dezembro, jogou só quatro partidas pelo Inter. Em entrevista, chegou a dizer que Roth havia mentido ao afirmar que ele estava lesionado e, por isso, não era escalado. Para o técnico, Ilan havia se aposentado precocemente.


Leandro Damião — O goleador brasileiro da temporada custou a se firmar com Roth. Mesmo que Damião já contasse com a preferência dos torcedores, tendo marcado gol até na final da Libertadores, o preferido do técnico era Alecsandro, hoje no Vasco.

— O titular da posição é o Alecsandro e, assim que voltar bem, estará no time. O Leandro Damião está nos ajudando e vendo como as coisas funcionam — avisou o técnico após uma vitória por 2 a 0 contra o Grêmio Prudente. Um dos gols foi de Damião.


Próximos jogos:
22/10 - América-MG x Grêmio
30/10 - Grêmio x Flamengo
06/11 - Atlético-MG x Grêmio

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