Se o Inter é dependente dos gols de Leandro Damião – autor de 39 pelo Colorado em 2011 –, que ficará afastado por cerca de 40 dias em decorrência de uma lesão muscular na coxa, o time precisará que todos os setores contribuam na hora de atacar. E um volante pode ajudar nas tarefas ofensivas: Mario Bolatti, de volta da seleção da Argentina. Sem Elton, que segue fora, o jogador iniciará novamente entre os titulares diante do Atlético-PR, neste domingo, às 16h, na Arena da Baixada.

Apesar de jogar em uma função que prima pela marcação, com Bolatti, o Inter ganha na aproximação com os articuladores e atacantes. O atleta não se exime de chegar à frente quando tem oportunidade. Em 27 partidas pelo clube, já marcou cinco gols. Foi assim diante do Atlético-MG no último final de semana. El Gringo, como é conhecido na Argentina, tabelou com D'Alessandro. Após receber de volta o passe do camisa 10 colorado, arrancou, driblou Réver e marcou o primeiro gol da partida na vitória sobre o Galo. Bolatti garantiu que aparecer como uma opção no campo do adversário é uma de suas características desde o início de sua carreira:

– Sempre, desde que comecei a jogar futebol, no Belgrano, tive a característica de sair com a bola dominada e ficar cara a cara com o goleiro. Gosto de jogar em direção ao gol – disse após a partida.

A história de Bolatti no Beira-Rio, apesar de ter menos de um ano, é marcada por altos e baixos. O volante foi a terceira maior contratação do futebol brasileiro em 2011 (só Luís Fabiano, pelo São Paulo, e Alex, pelo Corinthians, foram mais caras). Comprado junto à Fiorentina no início da temporada, logo caiu na graças do torcedor. Aos poucos, perdeu espaço. Após a lesão de Elton, recuperou prestígio com Dorival Júnior.

A queda de Bolatti ocorreu, por ironia, com Paulo Roberto Falcão no comando colorado, o maior jogador da história do clube e, assim como o argentino, volante. Como veio do futebol europeu para a capital gaúcha no início do ano, não teve férias. Em junho, foi diagnosticado com "overtraining", excesso de treinamento. O que acabou prejudicando seu futebol:

– Não fiquei incomodado com a reserva. São coisas do futebol. Quando se está lesionado, acaba se perdendo espaço.

Bolatti retornou ao Inter nesta quinta-feira após defender a seleção da Argentina contra o Brasil, na última quarta, pelo Superclássico das Américas. O volante entrou na segunda etapa e teve pouco tempo para mostrar seu futebol.

O jogador era presença constante nas listas da Argentina. Foi o herói da classificação da equipe, na época treinada por Diego Maradona, para a Copa do Mundo da África do Sul, ao marcar o gol da vitória sobre o Uruguai pelas Eliminatórias. O volante participou da campanha dos hermanos no Mundial. Em 2011, foi chamado em três oportunidades, contando a última, para o jogo contra o Brasil. Mais uma vez no time titular, terá outra chance de garantir sua vaga como companheiro de Guiñazu na dupla de volantes e recuperar o prestígio para voltar a aparecer nas futuras listas de Alejandro Sabella.