Luiz Felipe Scolari nunca escondeu que perde a paciência com os conflitos políticos dentro do Palmeiras. O técnico reafirmou que não pensa em deixar de cumprir seu contrato com o Verdão, mas segeriu "zerar" a multa rescisória para deixar ambas as partes livres. Ele concorda com isso, desde que oficializado no papel.

Com respaldo do presidente Arnaldo Tirone, Felipão convive com conselheiros que já questionam os resultados, seu alto salário e pedem mudanças. Uma faixa com a inscrição "Fora, Felipão" foi colocada na manhã desta sexta-feira em uma grade, ao lado da portaria da Academia de Futebol. Funcionários a retiraram antes do treino.

Recentemente, o comandante teve atritos com o vice de futebol Roberto Frizzo, que também o apóia publicamente. A multa, que começou em R$ 5 milhões, é decrescente: está hoje em R$ 2,67 milhões.

— Já disse dez vezes (que fico até o fim de 2012). Trouxe a família para São Paulo, não tenho intenção nenhuma de sair. Mas é dose, precisa ter saco para aturar todo dia a mesma bobagem escrita. Alguém passando algo. E pior que eu sei quem faz isso. Já estou de saco cheio. Por isso que digo: amanhã, zero o Palmeiras me paga, vou embora. Zero pago ao Palmeiras, vou embora. Mas quero isso no papel — disse Felipão, que ironizou a faixa.

— Não chateou. Não vim para o CT hoje de manhã. Fiquei sabendo. Deixei de comer umas três ameixas a mais por causa da faixa. Estou com uma dor de barriga enorme — comentou.

O palmeirense lembrou que, entre 1998 e 1999, deu a mesma alternativa para a diretoria do Verdão. A multa foi zerada, caso o clube quisesse demiti-lo. Mas o treinador seguiu trabalhando no Verdão até o fim de seu contrato, no meio de 2000.

— Chega um determinado momento que você oferece a rescisão da multa, para o clube ficar à vontade. Um tecnico que não está à vontade, para que vai ficar no clube? Nesse momento, é a mesma coisa que posso fazer com o Palmeiras. Falo que estão livres amanhã, desde que eu esteja livre também — disse.