Esportes | 31/08/2011 09h26min
R$ 6,2 milhões. Este é o valor repassado do governo federal para o Sindicato das Associações de Futebol (Sindafebol) para fazer o cadastramento das torcidas organizadas em meio aos preparativos para a Copa de 2014. O projeto, aprovado em tempo recorde — e contrato que foi assinado em 31 de dezembro de 2010 —, teve todo o dinheiro liberado em 11 de abril deste ano, mas jamais saiu do papel. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
O Ministério do Esporte contratou o Sindafebol sem licitação, baseado apenas em orçamentos e atestados de capacidade técnica apresentados pelo sindicato. O negócio, que faz parte do projeto Torcida Legal, foi assinado por Alcino Reis (assessor especial de futebol do ministério e homem de confiança do ministro Orlando Silva, de quem é correligionário no PC do B) e pelo secretário executivo do ministério, Waldemar Manoel Silva de Souza.
As empresas que seriam responsáveis pelos serviços do projeto não foram contratadas pela entidade dos dirigentes, que tem o nome oficial de Sindicato Nacional das Associações de Futebol Profissional e suas Entidades Estaduais de Administração e Ligas (Sindafebol). E os atestados de capacidade técnica, entregues ao governo, foram feitos pelo próprio sindicato.
O presidente do sindicato, Mustafá Contursi (ex-presidente do Palmeiras) admite a falta de estrutura da entidade para trabalhar o projeto:
— Dissemos ao ministério que nunca tínhamos feito isso. O sindicato não tinha experiência, e se colocou à disposição do ministério — afirma.
De acordo com Contursi, a verba de R$ 6,2 milhões está parada em uma conta bancária controlada por ele.
Diante das dificuldades, o cartola diz que a execução do contrato poderá ser "reavaliada". O governo alega o contrário, relatando que tudo está como planejado, e que o Ministério do Esporte escolheu o Sindafebol — sem licitação — por ser mais "adequado" para tocar o projeto.
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