Não houve consenso na primeira reunião, realizada sexta-feira, entre representantes da Associação dos Futebolistas da Espanha (AFE) e a Liga de Futebol Profissional (LFP) sobre a renovação do acordo coletivo dos atletas. Desta forma, a bola não rolará neste fim de semana tanto na primeira como na segunda divisão do país.

Outra reunião foi feita neste sábado apenas para discutir "aspectos técnicos". Segundo fontes das duas entidades, mais um encontro será realizado na próxima segunda. Se um acordo não for alcançado até lá, a greve dos jogadores espanhóis seguirá pela segunda rodada.

Embora as negociações não tenham avançado, já aparecem sinais de diálogo entre as os dois lados.

— Pelo menos nesta ocasião foram colocadas propostas sobre a mesa, algo que não havia ocorrido antes. Agora, vamos analisar — disse Luis Gil, gerente da AFE.

Posição idêntica tomou o presidente da Liga, José Luis Astiazarán.

— Os jogadores têm o direito de reivindicar seus objetivos. O mais importante é que houve diálogo, e isso é algo positivo. Vamos tentar chegar a um consenso — afirmou o dirigente.

O grande ponto de diferença entre as duas entidades é sobre a garantia de pagamento das dívidas dos jogadores. Os atletas querem que os clubes devedores sejam impedidos de disputar torneios profissionais.

O vice-presidente da LFP e presidente do Elche, da segunda divisão, José Sepulcre, afirmou que a segunda rodada também corre perigo se a AFE não voltar atrás em alguns pontos.

— Os clubes não podem fazer muito mais do que já estão fazendo. Quem cumpre o acordo não pode ser punido — afirmou.


Saiba o que reivindicam os jogadores:

Pagamento das dívidas: Os jogadores exigem da Liga Espanhola que os clubes paguem o que é devido em salários atrasados. Eles também pedem que as equipes devedoras sejam impedidas de disputar campeonatos.

Fundo de garantia: Criação de uma espécie de fundo de garantia por parte da Liga Espanhola, que assegure o jogador que esteja fora de contrato. Este é o principal ponto de discórdia entre a Liga e a AFE.

 Direito de romper contrato: Os atletas da Liga Espanhola querem ter o direito de poder deixar um clube e procurar outro, caso não recebam salários no período de três meses consecutivos.