Esportes | 12/08/2011 10h10min
Dois dias após a derrota para o Independiente, em Avellaneda, pela primeira partida da Recopa, algumas dúvidas ainda inquietam os colorados. As escolhas do interino Osmar Loss, tanto na escalação quanto durante a partida, foram muito contestadas pela torcida. Por que Marquinhos, que acabou de voltar do Avaí, entrou em campo no segundo tempo, enquanto Dellatorre, que iniciou contra o Cruzeiro, sequer foi relacionado? Qual a razão de Wilson Matias retornar ao time titular? Por qual motivo foi decidido que era preciso adiantar Tinga e não deixar o volante cumprir as tarefas mais defensivas? E Jô, que tem características semelhantes às de Damião? Não seria melhor começar com o camisa 9 e deixar o novo reforço como alternativa?
Para tentar desvendar os mistérios da formação colorada na Argentina, Zero Hora buscou as explicações:
O caso Marquinhos
A escolha do banco de reservas, com a presença de Marquinhos, repatriado do Avaí, 10 dias atrás, e, sobretudo, com a ausência do promissor Guilherme Dellatorre, não deixou de ser uma surpresa. Nos bastidores, diz-se que Marquinhos estava "arrebentando" nos treinos — talvez no trabalho com portões fechados que Loss promoveu dias atrás — e pedindo passagem no grupo. Sobre Dellatorre recai a falta de experiência em grandes jogos.
— Essa formação de time e banco foi uma opção do treinador. Estávamos cientes disso. Jamais diria ao treinador para não fazer algo ou o impediria de tomar alguma decisão — disse o presidente Giovanni Luigi. — Além disso, sabíamos que os argentinos iriam bater e bater, e talvez faltasse experiência ao Dellatorre.
O dirigente negou que a utilização de Marquinhos tenha sido por uma necessidade de "vitrina", a fim de vender o jogar ao Exterior na janela deste mês.
— Num jogo decisivo e desta envergadura, é impensável fazer algo assim. Não tem fundamento. Nem queremos vender o Marquinhos — respondeu.
O caso Wilson Matias
Sem os volantes argentinos Bolatti e Guiñazu, ambos lesionados, Wilson Matias foi o escolhido para atuar em Avellaneda. Assim como ocorreu com Jô, a estatura (tem 1m86cm) foi ponto a favor dele na comparação com Glaydson. A ideia era fazer o time ganhar altura porque uma das críticas internas à defesa é o baixo rendimento em lances aéreos.
Mas os dias de Matias como titular estão contados. Elton ganhou muita força no vestiário, impondo-se por atuações como a de quarta-feira. Por isso, será mantido no time. Assim, com os retornos de opções como Bolatti e Guiñazu, Wilson Matias voltará para a reserva. Ficará atrás também de Sandro Silva, ainda que o volante que veio do Málaga não esteja inscrito na Recopa.
O caso Tinga
Mesmo sem as condições físicas de 2006, Tinga passou a jogar mais à frente, como articulador, ao lado de D'Alessandro. Tinha por missão contra o Independiente auxiliar na armação e também recompor o meio-campo, com Matias e Elton, fechando a passagem dos argentinos.
— Ele teve uma função dupla, de defender e atacar. Me parece que cansou um pouco depois dos 30 minutos do segundo tempo — avaliou Luigi.
O caso Jô
Contratado ao Manchester City, Jô ainda não teve tempo de se adaptar ao Inter. Mas, sem Zé Roberto, era necessária a presença de um jogador mais "rodado". Foi escalado ao lado de Damião porque o plano de jogo era vencer o Independiente em um contra-ataque. Além disso, Jô, com seu 1m89cm, tinha por missão auxiliar a defesa na bola aérea. Ainda assim, o Inter sofreu um gol de cabeça.
— Jô foi bem contra o Independiente. Fez um bom jogo tático e deu grande cruzamento para o Damião (que chegou um pouco atrasado na bola, dentro da pequena área) — analisou o diretor técnico de futebol, Fernandão.
>> GRÁFICO: Conheça mais sobre o Independiente, o adversário Colorado na decisão da Recopa:
Preferências de Osmar Loss foram contestadas na derrota por 2 a 1 para o Independiente
Foto:
Montagem sobre fotos Diego Guichard, Valdir Friolin, Jefferson Botega e Juan Mabromata/AFP
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