Voz alta, frases fortes, cobranças - por vezes com palavrões -, repetições de ordens. Este é Celso Roth nos treinamentos. O "professor Celso" também costuma parar o trabalho diversas vezes para fazer perguntas aos jogadores sobre como eles devem agir em determinada situação. Se não há  repostas, tem bronca.

> Roth comanda treino com cobranças fortes

O estilo do técnico já é conhecido por vários jogadores que estão hoje no grupo do Grêmio. Se não foram treinados por ele, sabem do seu trabalho, do que ele conquistou, por onde passou. E é esse currículo que reforça a confiança entre as partes.

— Temos que cada vez mais aperfeiçoar o que ele pede. Ele teve sucesso por onde passou, e aqui vamos buscar esse sucesso também — disse o meia Marquinhos, que se transferiu do Avaí para o Grêmio neste ano.

No Olímpico pela quarta vez na carreira, Roth iniciou os trabalhos no dia 4 de agosto. Foi apresentado e imediatamente se dirigiu ao campo para comandar o primeiro treino. Desde aquele dia, as cobranças são muitas. E se elas chegam a assustar quem está do lado de fora, Marquinhos trata de explicar que a relação é de muito respeito.

— Não tem nada de falta de respeito com o atleta, ou a gente com ele. Ele foi contratado para nos ajudar e a gente tem que fazer o que ele pede — ressaltou Marquinhos.

O volante Adilson acredita que a maneira de Celso Roth trabalhar, principalmente no momento em que o Grêmio se encontra, perto da zona de rebaixamento, é necessária. Mas o jogador não se esconde quando é perguntado se é fácil ser treinado pelo comandante:

— Fácil não é (risos), até porque ele cobra muito, e com razão. Mas nada melhor do que praticar. O pessoal já entendeu que tem que estar preparado, se cuidar, os treinos são longos, exaustivos, mas que nos levam a uma perfeição. Temos que estar preparados — comentou.

Em meio aos "gritos" de "Vocês vão fazer como eu quero", "Não é para ficar parado", "É matar ou morrer" e "Ninguém aqui é filhinho de apartamento!", Roth também abre espaço para a descontração.

> Depois de cinco dias, a descontração

Logo depois do empate em 0 a 0 com o Palmeiras na reestreia dele no comando técnico, o treino seguinte, de recuperação física, foi animado. Teve brincadeiras com os jogadores, risadas e piadas.

Mas a seriedade sempre fala mais alto. Como Marquinhos e Adilson destacaram, o lateral-esquerdo Bruno Collaço, que desde a base observava os treinos de Roth com os profissionais, entende que as cobranças do técnico são para o bem de todos.

— Cada vez mais temos que nos sacrificar, como o Celso fala, para conseguirmos os objetivos lá na frente — comentou.