Mundo | 22/07/2011 23h23min
Os ataques realizados na sexta-feira em Oslo e em uma ilha próxima à capital da Noruega deixaram ao menos 87 mortos. Segundo a polícia norueguesa, pelo menos 80 pessoas morreram em tiroteio na ilha. Outras sete vítimas faleceram na explosão que atingiu a zona da sede do governo na capital do país.
— Ao menos 80 pessoas morreram no tiroteio na ilha de Utoeya, próxima a Oslo — confirmou na madrugada deste sábado o porta-voz da polícia Are Frykholm.
Inicialmente, o número de mortos na ilha seria de 17. O demais corpos teriam sido descobertos posteriormente.
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Foram dois ataques no dia: explosão de uma bomba de grande potência próximo à sede do governo em Oslo e a matança em uma colônia de férias trabalhista.
O ataque na ilha de Utoeya ocorreu em uma colônia de férias do Partido Trabalhista, no poder, que o premier norueguês, Jens Stoltenberg, pretendia visitar em breve. A polícia deteve um homem de 32 anos, de nacionalidade norueguesa, suspeito de participar das duas ações, e segundo o canal TV2, é uma pessoa ligada a movimentos de extrema direita que tinha duas armas registradas em seu nome, incluindo um fuzil automático.
Testemunhas do ataque na ilha de Utoeya revelaram que o agressor - um homem com traços nórdicos e que falava norueguês - disparou contra as vítimas, a maioria jovens, com um fuzil automático.
Suspeito é norueguês
O ministro da Justiça, Knut Storberget, já havia informado a prisão de uma pessoa, possivelmente um cidadão norueguês, mas não deu detalhes sobre o suspeito.
— Vários de nossos jovens morreram e outros estão desaparecidos — disse Storberget sobre o tiroteio ocorrido na colônia de verão da juventude trabalhista em Utoeya.
O comissário Sveinung Sponheim afirmou que explosivos não detonados foram encontrados em Utoeya, onde o indivíduo disparou contra os jovens que estavam na colônia de férias.
Sponheim também confirmou que o suspeito, de 32 anos, tem nacionalidade norueguesa. O homem, que vestia uma roupa com insígnias da polícia, foi detido na ilha e, segundo as autoridades, estaria relacionado com os dois ataques. O indivíduo era interrogado na madrugada deste sábado pelos investigadores.
O comissário destacou que o suspeito nunca trabalhou para a polícia - ele se disfarçou de policial no momento do ataque ao acampamento.
O premier norueguês qualificou a situação de "muito grave", mas destacou que "a resposta à violência é mais democracia, mais humanidade, mas menos ingenuidade":
— Não nos destruirão. Somos uma pequena nação, mas uma nação orgulhosa. Ninguém nos reduzirá ao silêncio pelas bombas. Ninguém nos reduzirá ao silêncio pelas balas. Ninguém impedirá a Noruega de existir — completou.
Cenário de destruição em Oslo
Nas emissoras de TV norueguesas, podiam ser vistas imagens da sede do gabinete do premier e outros edifícios completamente destruídos na explosão e as ruas cheias de vidros quebrados, assim como fumaça e diversas ambulâncias.
— Há vidros quebrados por todos os lados. É o caos total. As janelas de todos os edifícios voaram — completou a jornalista da emissora pública NRK Ingunn Andersen, que inicialmente pensou que se tratava de um terremoto.
O bairro foi isolado e cães farejadores da polícia farejavam o local em busca de outros explosivos, enquanto os bombeiros verificavam os rescaldos em meio a um cenário desolador.
Até o momento, a polícia tem sido incapaz de quantificar o número exato de vítimas do tiroteio
Foto:
Svein Gustav Wilhelmsen
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AFP
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