| 22/07/2011 07h30min
Fragilizado no cargo de diretor de Infraestrutura Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) desde que uma crise se instalou no Ministério dos Transportes, Hideraldo Caron é alvo de uma nova denúncia. Mesmo com dois pareceres contrários da Advocacia-Geral da União (AGU), o catarinense filiado ao diretório do PT do Rio Grande do Sul teria orientado a aprovação de um contrato com R$ 30 milhões com a prefeitura de Canoas, na Região Metropolitana, comandada pelo também petista Jairo Jorge.
No entanto, o dinheiro foi destinado para construção de casas, e não para melhorias em estradas — o Dnit tem como área de atuação a infraestrutura rodoviária. As informações são da edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo.
Conforme a publicação, o convênio foi assinado em janeiro do ano passado e até agora não saiu do papel. Os recursos seriam para a construção de unidades habitacionais para 2 mil sem-terra que ocupam a "Vila do Dique". O local fica e um terreno próximo à construção da Rodovia do Parque (BR-448), estrada de 22 quilômetros do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que ligará a rodovia Sapucaia-Viamão (RS-118), em Sapucaia, à BR-290, na Capital.
Filiado ao diretório do PT no Estado, Hideraldo Caron teria participado pessoalmente das negociações em Canoas, segundo o Estadão. Ele teria inclusive vindo ao RS para assinar os documentos.
Pareceres jurídicos dos procuradores da AGU apontaram falhas no contrato em pelo menos dois momentos, o que inclui manobras para liberar o dinheiro. Porém, de acordo com a publicação, a diretoria do Dnit aprovou o repasse a partir de relatório da Diretoria de Infraestrutura, dirigida por Caron.
Ao Estadão, o Dnit informou que contou com o aval do Ministério do Planejamento para assumir a despesa. A pasta, na ocasião, era comandada pelo também petista Paulo Bernardo.
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, espera que o problema não prejudique as obras. Segundo ele, apenas seis dos R$ 30 milhões já foram repassados para o município.
— Acredito que seja uma confusão, uma leitura errada do convênio que nós firmamos que é para reascentar 600 famílias que estão no local há mais de 30 anos. E sem retirar essas famílias a estrada não vai avançar — afirmou o prefeito à Rádio Gaúcha.
Vetado de reunião
Na quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff vetou a participação de Caron em uma reunião sobre obras o PAC de rodovias. No encontro, realizado no Palácio do Planalto, Dilma recebeu os ministros do Planejamento, Miriam Belchior, e dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.
Assessores da presidência disseram que Dilma alertou o ministério que Caron não deveria participar da reunião. O Planalto espera confirmar a demissão do diretor até esta sexta-feira. Hideraldo Caron negou todas as denúncias de superfaturamento e disse que tudo será esclarecido.
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