Esportes | 16/07/2011 12h10min
Quatro copas do Mundo, 28 copas América, inúmeras histórias, jogadas, jogadores, lances e equipes memoráveis. O jogo entre Uruguai e Argentina, válido pelas quartas de final da Copa América e marcado para as 19h15min deste sábado, em Santa Fé, é um clássico que merece atenção especial dos gaúchos. E dos demais brasileiros, assim como dos italianos, ingleses, alemães. Tal qual um Brasil e Argentina, um Itália e Alemanha ou um Inglaterra e Escócia, os países que se dividem pelo Rio da Prata compõem um dos mais tradicionais embates do futebol.
Se no confronto direto a estatística favorece à Argentina — são 29 vitórias a mais desde 1901 —, o Uruguai se inspira em 1987 e no Maracanazzo para superar o rival. Há 24 anos, o Uruguai conquistou a sua última Copa América fora de casa. E, neste sábado, a data do confronto coincide com os 61 anos daquele que é lembrado, até hoje, como o maior título da história do futebol uruguaio: foi em 16 de julho que a Celeste virou o jogo contra a Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Brasil de 1950, no Maracanã, venceu por 2 a 1 e ficou com a taça.
O lance de Maradona (clique aqui para assistir) resume o que o encontro já proporcionou em termos de genialidade. Esta jogada — quando a partida ainda estava com o placar fechado — ocorreu em uma vitória uruguaia por 2 a 0 também no Maracanã, durante a Copa América de 1989.
O canal por assinatura Sportv transmite a partida ao vivo.
Confira as 10 razões que o clicEsportes reservou para você assistir ao clássico:
A rivalidade em campo
Argentina e Uruguai têm no currículo quase 200 jogos, em mais de 110 anos, entre Copa América, amistosos, Eliminatórias e Copa do Mundo. O primeiro deles foi em 1901, em Montevidéu, com vitória dos visitantes por 3 a 2. Ao todo, são 196 partidas, com 59 vitórias uruguaias, 88 vitórias argentinas e 49 empates.
A rivalidade fora de campo
É claro que a história da rivalidade de dois países com quase 200 anos (a Argentina proclamou-se independente da Espanha em 9 de junho de 1816, e o Uruguai, do então Império do Brasil, em 25 de agosto de 1825) não se resume a quem inventou o tango, tem a melhor carne ou faz o melhor churrasco. O território uruguaio fez parte dos interesses argentinos até ser invadido pelo Brasil e incorporado ao Reino de Portugal. Recentemente, em 2007, os dois países travaram uma disputa comercial em virtude de uma fábrica de celulose instalada no Uruguai. Nesta última quinta-feira, os uruguaios criticaram a organização da Copa América, conceituando-a como "de terceiro mundo", fato que repercutiu na imprensa vizinha.
Tabu
Principalmente para o Uruguai, o jogo deste sábado merece ser encarado como uma partida que pode quebrar um tabu. A Celeste Olímpica perdeu os dois últimos jogos disputados contra o rival e ainda amarga longos 63 anos sem vencer a Argentina, na Argentina. A última vitória foi um 2 a 0 em um amistoso disputado em 25 de maio de 1948. Desde então, foram 10 derrotas e sete empates. Nos últimos seis jogos, perdeu cinco. E venceu apenas uma em 13 partidas.
Messi
Não é preciso dizer por que Messi é uma das razões para se assistir à Argentina e Uruguai.
Forlán
Diego Forlán é um dos responsáveis pelo renascimento do futebol uruguaio nos últimos cinco anos. Com ele, o Uruguai voltou a disputar uma Copa do Mundo, em 2010, na África do Sul. Não apenas isso: a Celeste fez bons jogos e chegou às semifinais. Acabou derrotada pela Holanda e depois perdeu para a Alemanha a disputa do terceiro lugar. O atacante do Atlético de Madrid foi eleito o melhor jogador do torneio ao ganhar a Bola de Ouro, entregue pela Fifa. Ao lado do ex-goleiro Rodolfo Rodríguez, é o jogador que mais atuou com a Celeste: 79 vezes. Sábado, portanto, ficará isolado em primeiro.
Agüero
Dos quatro gols da Argentina no torneio, Agüero marcou três. O atacante, que faz dupla com Forlán no Atlético de Madrid, estreou nos profissionais do Independiente com apenas 15 anos, em 2003. Rápido e de arranque fácil, tem um chute certeiro e é capaz de fazer boas jogadas pelas pontas, assistindo a seus companheiros com precisão, inclusive de dentro da área, com dribles curtos. Aos 23 anos, o genro de Maradona tem potencial para jogar ainda mais.
Suárez
O atacante uruguaio que ficará eternamente marcado pela defesa embaixo da goleira, com a mão, que resultou em um pênalti para Gana no último minuto da prorrogação, em partida válida pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, é um talento do setor ofensivo. A contar: a defesa de Suárez levou o jogo para os pênaltis. Ele, expulso, cobriu o rosto e mal conseguiu assistir às penalidades. Nas cobranças, o Uruguai venceu. Poderia ser roteiro de cinema. Ágil e "brigador", ele é eficiente também na marcação da saída de bola adversária. Vale 26,5 milhões de euros. Pelo menos foi este o preço que o Liverpool pagou para ter o jogador, que, logo na estreia, marcou na vitória dos Reds sobre o Stoke City por 2 a 0, em fevereiro deste ano.
A torcida
Este é outro tópico que talvez não precise de explicação de por que entra como uma das razões para se assistir à Argentina e Uruguai. As torcidas de ambos os países são reconhecidas internacionalmente como duas das que mais cantam e incentivam seus times e jogadores durante os embates. É, de fato, um espetáculo à parte. Normalmente, são cânticos longos e acompanhados com ritmo pelos torcedores, sem contar o papel picado, as barras, bandeiras, bumbos e sopros. A filosofia é mais ou menos a seguinte: pouco importa o resultado, o que vale é a camisa, o amor ao país.
Vinte e oito copas América e quatro copas do Mundo em campo
Os dois são os recordistas de conquistas da Copa América — e não são seguidos de perto por ninguém, visto que o mais próximo é o Brasil, com oito títulos. Ao todo, são 28 campeonatos, 14 para cada. Está em jogo também, portanto, a passagem para uma possível 15ª conquista. Fora isso, são quatro copas do Mundo em campo. O Uruguai conquistou o Mundial em 1930 — com vitória justamente sobre a Argentina por 4 a 2, em Montevidéu — e em 1950 — sobre o Brasil, no Maracanã. A Argentina ganhou em 1978, em casa, e em 1986, quando venceu o Uruguai por 1 a 0 pelas oitavas de final. História e títulos compõem um currículo capaz de dar inveja a muitas Inglaterras e Franças da vida.
A camiseta, a tradição e a vontade
Argentinos e uruguaios têm um estilo de jogar futebol que às vezes ultrapassa os limites da técnica e conceitua-se na mais pura e simples vontade de vencer. Machucados ou não, apanhando ou não, pendurados ou não, uruguaios e argentinos costumam travar verdadeiras batalhas em campo. Se os passes não estão saindo, eles vão no balão. Se a marcação não está encaixada, sobram os carrinhos. Se nada der certo, resta a vontade de dois times que sofrem jejuns de títulos há anos (o último título argentino foi a Copa América de 1993 e o último uruguaio foi também uma Copa América, em 1995). É claro que, ao mesmo tempo, é impossível esquecer que ambos os times sempre tiveram jogadores de muita técnica e de obediência tática invejável. Forlán e Messi são bons exemplos atuais disso.
ARGENTINA
23 Romero;
3 Zabaleta
4 Burdisso
6 Gabriel Milito
8 Zanetti;
14 Mascherano
20 Gago;
16 Aguero
10 Messi
7 Di María;
9 Higuaín
Técnico: Sergio Batista
URUGUAI
1 Muslera;
16 Maxi Pereira
2 Diego Lugano
6 Victorino
22 Cáceres;
15 Diego Pérez
17 Arévalo Rios
11 Álvaro Pereira
20 Álvaro González;
10 Diego Forlán
9 Luis Suárez
Técnico: Oscar Tabárez Horário: 19h15min
Arbitragem: Carlos Amarilla (Paraguai), auxiliado por Nicolas Yegros (Paraguai) e Luis Sanchez (Venezuela).
Local: Estádio Brigadeiro General Estanislao López, Cementerio de Elefantes, em Santa Fé, na Argentina.
Forlán (D) e Messi estarão em campo neste sábado
Foto:
Montagem sobre fotos de Maxi Failla e Antônio Scorza, AFP
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.