O Grêmio precisou de 15 minutos para mudar uma realidade de semanas. Há cinco jogos sem vitórias e depois de um primeiro tempo sofrível diante do Coritiba neste domingo, o time de Julinho Camargo voltou diferente para a etapa final e garantiu o 2 a 0 que devolve a tranquilidade aos corredores do Estádio Olímpico.

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Notou-se um time com mais energia e forte taticamente. A diferença de postura entre as etapas da partida se estendeu também às arquibancadas. Motivos, portanto, não faltam para que Julinho queira que os 45 minutos finais deste fim de semana se repitam nas próximas partidas. Veja abaixo motivos que levaram o Grêmio à vitória:

> Dedo do técnico

Na entrevista coletiva após o jogo, Julinho redesenhou à imprensa as instruções para os jogadores no intervalo. A partir delas, foi possível entender que a vitória contou com um generoso dedo do técnico.

1. A primeira providência: sacar Neuton, de má atuação e sem poder de ataque. Apenas com Gabriel como opção ofensiva na ala, o Grêmio foi previsível. Bruno Collaço entrou no jogo e deu mais alternativas.

2. Antes centralizado, Douglas foi deslocado para a direita. Seu implacável marcador, Marcos Paulo, acabou por acompanhá-lo e abrir um rombo na defesa paranaense.

3. Buraco este ampliado com a "marcação" que André Lima fazia no zagueiro Pereira. Assim, o outro defensor, Emerson, ficou sozinho no combate a Leandro.

— Os jogadores foram muito fieis à nossa proposta — frisou Julinho.

> Bons alunos em campo

O elogio de Julinho remete ao próximo motivo da mudança do Grêmio. A aplicação dos jogadores em fazer valer as orientações do técnico. Enganou-se quem pensava que um técnico sem renome e vindo do Interior não pudesse ser respeitado por medalhões do grupo gremista.

Pelo contrário, Julinho pediu e foi muito bem correspondido. Ao final do jogo, a sensação era unânime: houve um time antes e depois do intervalo. Com isso, nomes como Leandro e Douglas cresceram de produção. Escudero, destaque já no primeiro tempo, manteve o bom nível. Gilberto Silva exalta essa capacidade de entendimento dos atletas:

— Claro que tem o mérito tático do Julinho, mas os jogadores também se propuseram a fazer as coisas. O Coritiba estava bem fechado, e a equipe está de parabéns com tudo que conseguiu fazer. Mostrou a cara do Grêmio, que briga do início ao fim da partida — avaliou o volante, autor do primeiro gol.

> Torcida em sintonia

Antes do jogo, parte da torcida protestou contra o presidente Paulo Odone. Gritou palavras de ordem, querendo a volta de Renato Portaluppi e a saída do atual mandatário do clube. A animosidade acabou se espalhando para as arquibancadas na medida em que o time não correspondia em campo.

A gota d'água para a irritação dos torcedores no primeiro tempo foi um erro de Neuton. Atrapalhado, deixou Marcos Aurélio entrar sozinho. Grohe salvou, mas não impediu as vaias ao lateral-esquerdo. Impaciente, a torcida também não perdoou quando Rochemback colocou a bola pela lateral para atendimento médico de um adversário.

Mas a postura agressiva e enérgica da equipe na volta do intervalo contagiou os mais de 16 mil fãs. No segundo tempo, nada de vaias ou murmúrios. Aos 24 minutos, por exemplo, Bill chegou à frente de Grohe, que fez grande defesa. Não se ouviu lamentações pela boa chegada rival. A torcida incentivou o time a retomar a bola. No minuto seguinte, gol de André Lima, endossando a importância da sintonia entre time e torcedores.

— Vaiaram no início, mas, no segundo tempo, nos apoiaram. Fico muito feliz de saber que podemos contar com o torcedor — elogiou André Lima.

Próximos jogos:
17/07 - Figueirense x Grêmio
27/07 - Grêmio x América-MG
30/07 - Flamengo x Grêmio

Ficha técnica — Brasileirão 2011

GRÊMIO (2)
Marcelo Grohe; Gabriel, Mário Fernandes, Rafael Marques e Neuton (Bruno Collaço); Gilberto Silva, Fábio Rochemback, Escudero (Willian Magrão) e Douglas; Leandro e André Lima (Miralles). Técnico: Julinho Camargo

CORITIBA (0)
Edson Bastos; Jonas, Pereira, Emerson e Eltinho; Marcos Paulo, Léo Gago, Tcheco (Bill), Everton Costa (Anderson Aquino) e Marcos Aurélio (Everton Ribeiro); Leonardo. Técnico: Marcelo Oliveira.

Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre.
Árbitro: Sandro Meira Ricci, auxiliado por Marrubson Melo Freitas e César Augusto de Oliveira Vaz (trio do DF).
Gols: Gilberto Silva (Grêmio), aos 17 minutos; André Lima (Grêmio), aos 25min, ambos no segundo tempo.
Cartões amarelos: Rafael Marques (Grêmio); Pereira e Jonas (Coritiba).
Público: 16.988 torcedores.
Renda: R$ 252.117,00.

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