Política | 03/07/2011 21h31min
Mesmo após o afastamento de funcionários do alto escalão do Ministério dos Transportes por suspeita de corrupção no sábado, determinado pela presidente Dilma Rousseff, a oposição quer investigações. O PSDB avalia a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.
Reportagem publicada pela revista Veja desta semana revela o funcionamento de um suposto esquema no Ministério dos Transportes baseado na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias.
Em decorrência da denúncia, foram afastados de seus cargos o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o chefe de gabinete do Ministério, Mauro Barbosa Silva, e o assessor Luís Tito Bonvini.
O líder do partido na Câmara, Duarte Nogueira (SP), afirmou que a sigla entrará com um pedido de investigação no Ministério Público Federal, com um requerimento à Polícia Federal e com uma solicitação de auditoria especial para o Tribunal de Contas da União (TCU).
Um requerimento de convocação do ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, será apresentado nesta semana em uma comissão técnica da Câmara.
— Os fatos são graves. O afastamento foi correto, mas há necessidade de investigações mais profundas — disse o tucano.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) cobrou a demissão do ministro Alfredo Nascimento junto com a equipe.
— Será que ele não sabia? A ser verdade a diatribe contra o pessoal do ministério, a presidente tinha obrigação de demitir todos — disse.
O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres(GO), considerou que Dilma deu uma resposta imediata.
— Espero que ela continue nesta linha. O ministro também deve entrar na linha de tiro da presidente. Torcemos para que o surto moralizador vá adiante — completou.
PR quer processar revista
Apontado como comandante informal do esquema, o deputado Valdemar da Costa Neto (SP), secretário-geral do PR, divulgou nota neste domingo afirmando que o partido irá à Justiça contra a revista e os autores do texto.
O texto afirma que as reuniões entre o partido e o Ministério dos Transportes são transparentes e "dizem respeito ao acompanhamento das demandas por benfeitorias federais de interesse das regiões onde o partido tem representação política".
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