Recuperação e planejamento. Duas palavras que norteiam as equipes no Brasileirão, no caso específico, o Internacional. Após um início claudicante na competição - uma vitória em cinco partidas -, ainda procura encontrar o caminho para não deixar o líder São Paulo ficar muito distante e ter condições de conquistar a taça, que o clube não vence desde 1979 - quando Paulo Roberto Falcão ainda jogava na equipe. Mas, afinal, como se preparar para o longo torneio que vai de maio até dezembro? Como suportar a pressão de uma competição com quase sete meses de duração?

Com 38 rodadas, é normal uma equipe ter altos e baixos. A pressão para manter o time no topo faz a oscilação ser uma das marcas da campanha. O tão propagado equilíbrio e o conjunto para suportar o campeonato foram lembrados por Falcão com um dos clichês que acompanham a competição:

– Quando nós começamos um trabalho de pontos corridos, dizemos que precisamos encarar cada jogo como se fosse uma final. Mas isso é difícil. Mexe no emocional.

Técnico aponta a necessidade da vitória no final de semana

Para o jogo deste final de semana, diante do Figueirense, às 18h30min de domingo, no Beira-Rio, Falcão não espera facilidades. Os catarinenses, que retornaram à elite do futebol do país nesta temporada, ocupam a quarta colocação com 10 pontos. Sem vencer ainda em casa na competição, o técnico rechaçou a obrigatoriedade de conseguir os três pontos atuando como mandante. Para ele, o importante é buscar a segunda vitória para permanecer próximo dos líderes:

– Temos, sim, a pressão de somar pontos. Não é jogo jogado diante do Figueirense. É um time que está em cima, perdeu para o líder São Paulo, mas temos de nos impor.

Desde a implementação dos pontos corridos, em 2003, os colorados vêm batendo na trave. Em três oportunidades - 2005, 2006 e 2009 -, o time foi vice-campeão. Em 2005, o segundo lugar segue engasgado por conta da anulação de 11 jogos. Sem ele, o Inter teria sido o campeão.

O treinador que, anteriormente, se viu envolvido em uma polêmica por afirmar que com "atual plantel não teria condições de vencer o Brasileiro", agora confia na luta pelo topo. Mas reitera o pedido por mais reforços:

– A ideia é brigar sempre pelas primeiras posições. Só que há várias dificuldades, como essa de perder dois jogadores (os zagueiros Rodrigo, por embolia pulmonar e Juan, que defenderá a seleção sub-20 no Mundial da Colômbia entre julho e agosto) da mesma função aqui. Temos de buscar alternativas, mas já melhoramos em algumas coisas.

Com seis pontos em cinco partidas e uma 12ª colocação neste início do nacional, o técnico colorado começa a projetar um aproveitamento para o decorrer da competição. Ainda sem estipular uma possível pontuação, Falcão comentou em dividir para avaliar o desempenho a cada jogos, uma espécie de "mini campeonatos".

Falcão elogia o início do São Paulo

O treinador lembrou do ex-companheiro Paulo César Carpegiani. Atual comandante do São Paulo, o gaúcho de Erechim levou o Tricolor do Morumbi a alcançar a melhor campanha do início da "era dos pontos corridos". Nunca um time havia vencido os cinco primeiros jogos do Brasileirão. O maior ídolo da história do Inter elogiou o parceiro, mas não tem certeza se os paulistas manterão o nível obtido até o momento:

– Carpegiani também estava preocupado com o início. E fazer 100% de aproveitamento em cinco rodadas não é simples. Aliás, não é fácil fazer o que o São Paulo fez. É muito cedo ainda, vamos ter uma visibilidade maior do panorama da competição mais para o fim do primeiro turno.

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